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Seminário discute vantagens do plantio de eucalipto

Minas Gerais tem solo e clima propícios para a produção de eucalipto e tem, também, o maior parque siderúrgico brasileiro


Lucro e respeito ao meio ambiente é tudo que o produtor e empresário conscientes precisam ter para entrar e se manter no cada vez mais competitivo mercado. O eucalipto ganha força como símbolo dessas duas grandes metas dos produtores. Minas Gerais tem solo e clima propícios para a produção de eucalipto e tem, também, o maior parque siderúrgico brasileiro. Para embasar de forma consistente o crescimento de mais esta cultura, a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) promove o Seminário Regional do Eucalipto, nesta sexta-feira (12), em Santo Antônio do Monte, região Centro-Oeste de Minas, a 195 km de Belo Horizonte.

O município de Santo Antônio do Monte foi escolhido para sediar o evento por ser um dos principais produtores de eucalipto de Minas Gerais. A Epamig, mais uma vez, cumpre sua missão que é o de apresentar soluções e inovações tecnológicas para o desenvolvimento sustentável do agronegócio. E nesse trabalho, está incluído o segmento silvicultura. Dentre os dez programas de pesquisa da Epamig, está incluído o de Meio Ambiente e Silvicultura.

Durante o seminário, pesquisadores da Epamig, da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e da Fundação João Pinheiro apresentarão práticas de plantio, métodos de colheita, perspectivas de mercado, dentre outros temas, que possibilitarão aos que já são produtores e aos que se interessam pela cultura, a aquisição de metodologias e técnicas corretas para o manejo do eucalipto e o modelo desenvolvido para seu cultivo na região Centro-Oeste de Minas. O objetivo é tornar mais profissional e rentável o plantio e o cultivo do eucalipto, além de orientar os participantes sobre a produção de eucalipto da forma mais eficaz e de acordo com as exigências do mercado consumidor local e estadual.

De acordo com Izabel Cristina dos Santos, pesquisadora da Epamig e uma das coordenadoras do evento, no seminário será mostrado como deve ser realizado o manejo dessa cultura desde o plantio até o corte, terminando com as tendências e perspectivas do mercado. “Apresentaremos os temas de forma clara, objetiva, para que todos entendam bem como desenvolver a cultura do eucalipto. Para isso, além da apresentação teórica e prática, teremos, também, espaço para as discussões relacionadas ao meio ambiente e à responsabilidade socioambiental que todos devemos ter”, explica a pesquisadora.

Produção e consumo

Minas Gerais possui 21 milhões de hectares de área de Cerrado, o que corresponde a 37% do território estadual. Esta região possui grande potencial para exploração florestal, com condições de solo e climáticas propícias ao cultivo de espécies florestais, grãos, pecuária de leite e de corte e está estrategicamente localizado entre grandes pólos consumidores de madeira como Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo. Minas também possui boa estrutura viária para atingir os principais portos marítimos do País, além de elevadas potencialidades comerciais para as atividades florestais e infra-estrutura de pesquisa e ensino reconhecidamente de qualidade superior.

Detentor do maior parque siderúrgico brasileiro, alimentado por carvão vegetal, a madeira de floresta plantada tornou-se produto de extrema importância socioeconômica para o Estado, representando hoje 7% do PIB estadual e agregando R$3,8 bilhões em exportações, gerando 731 mil empregos. Segundo a Associação Mineira de Silvicultura, a produção de carvão vegetal em Minas Gerais responde por 60% da demanda no Estado. Sete Lagoas concentra o maior pólo de produção de ferro-gusa movido a carvão vegetal de Minas Gerais, seguido por Divinópolis e Itaúna.

Preservação ambiental

Em Minas Gerais cerca de 80% das pastagens cultivadas nos Cerrados apresentam algum grau de degradação. Segundo a pesquisadora da Epamig Maria Celuta Machado Viana, diversas tecnologias têm sido desenvolvidas e propostas para a recuperação dessas pastagens. Dentre elas, os sistemas agrossilvipastoris apresentam-se como alternativa das mais promissoras e sustentáveis para recuperação de áreas degradadas, considerando, sobretudo, seu reduzido custo ambiental, além de serem economicamente viáveis em muitas regiões do Estado.

“Esses sistemas, também conhecidos como Sistemas Integrados Lavoura-Pecuária-Floresta (SILPF), se referem à técnica composta pelos componentes arbóreo - a cultura, a forragem e os animais - de maneira que as explorações das atividades agrícolas, pecuárias e florestais gerem benefícios ambientais, econômicos e sociais por meio da produção complementar e renda adicional para o produtor, além da capacidade do setor em multiplicar postos de trabalho. A busca de um sistema de produção agropecuário economicamente, socialmente e ecologicamente sustentável, fundamentado em tecnologias não agressivas ao meio ambiente, tem apontado o desenvolvimento SILPF como a alternativa mais adequada de exploração agropecuária, uma vez que combina árvores, culturas e animais em um conceito de imitação dos ecossistemas naturais. Neste sistema, o solo é explorado de maneira intensiva e economicamente durante todo o ano, favorecendo o aumento da oferta de grãos, forragem, leite, carne, fibras e madeira. Diversos modelos de sistemas de produção estão sendo avaliados, destacando-se os silvipastoris, os agrossilvipastoris e os agropastoris, dentre outros”, explica a pesquisadora.

Atendendo à demanda da região, a Epamig implantou uma Unidade de Demonstração de Integração de Lavoura-Pecuária-Floresta na Fazenda Experimental de Santa Rita, em Prudente de Morais (próximo à Sete Lagoas). O projeto foi financiado pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa) e tem como parceiros a Embrapa Milho e Sorgo, a Emater e as empresas Votorantim Metais e Asiflor. Nessa unidade estão sendo avaliados três clones de eucalipto.

Participarão do Seminário pesquisadores, produtores rurais, empresários, técnicos agrícolas, estudantes, representantes de órgãos de defesa do meio ambiente – governamentais e não-governamentais -, de associações de classe ligados à agropecuária, cooperativas, dentre outros. O credenciamento deve ser feito no local, a partir das 8h. Mais informações pelo telefone (31) 3489 5078.

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