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Senar Goiás amplia turmas do curso técnico em agronegócio e lança nova qualificação em fruticultura

A solenidade de formatura foi toda virtual


Foto: Marcel Oliveira

Há 20 anos, a professora Iliana Luzia da Silva Rosa e os quatro irmãos receberam do pai 32 alqueires de terra, em Araguaína, no Tocantins. A propriedade era bem cuidada, com pastagem farta e mais de 100 cabeças de gado. Foi uma tentativa de sucessão familiar. Inicialmente, um dos irmãos ficou responsável por tocar o sítio, mas diante das outras ocupações a estratégia não deu muito certo. Começaram a pensar em vender a propriedade e, assim, o local foi ficando abandonado até que todo o pasto acabou, bem como a criação de animais.

A propriedade ficou irreconhecível e a maioria dos irmãos continuava com a ideia de vender a terra. No entanto, Iliana queria dar sequência ao que o pai construiu durante a vida e começou uma pesquisa para se qualificar e aprender a administrar a parte do terreno que ficou para ela. Nessa busca, ela conheceu o Curso Técnico em Agronegócio do Senar Goiás. A partir disso, as mudanças começaram e ela deu início ao resgate da propriedade. Foi no curso que descobriu, por exemplo, que exigências de licenciamento ambiental como o Cadastro Ambiental Rural (CAR) estavam todas irregulares e então foi possível organizar.

O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Iliana foi um projeto de pasto rotacionado, aprovado com sucesso. A determinação durante os dois anos de estudo rendeu a ela o título de aluna destaque da turma. A colação de grau foi no último dia 13 de novembro, juntamente a outros 103 alunos dos polos de Goiânia, Rio Verde, Cristalina, Itumbiara e Niquelândia. A solenidade de formatura foi toda virtual.

"Diante dos conhecimentos que adquiri, meu pai que têm 83 anos voltou a investir no sítio para que possamos colocar em prática o que foi apresentado no TCC. Uma de minhas irmãs também se animou e está se mudando para o terreno dela. Estamos empolgados com o trabalho no campo,já plantando árvores nativas como baru, pequi e estamos trabalhando a terra para a pastagem. Aí vamos definir se teremos gado de leite, corte, cria ou recria e engoda", conta a técnica em agronegócio.

Diante de histórias assim, o Senar Goiás, em parceria com a rede E-tec, abriu em 2021 mais três turmas para o Curso Técnico em Agronegócio, além das existentes nos cinco polos. As inscrições podem ser feitas no: https://bit.ly/38jPOgk ."O agronegócio vem se destacando no cenário econômico brasileiro cada vez mais, demandando mão de obra qualificada. O objetivo da oferta de novas turmas vem justamente para suprir essa necessidade e preparar profissionais capacitados para atuar nesse importante cenário de forma precisa e com eficácia e eficiência", reforça a gerente de educação formal do Senar Goiás, Mara Lima.

Mercado

Outra grande novidade para 2021 é a implantação do Curso Técnico em Fruticultura. O polo inicial será em Anápolis. O curso terá a duração de dois anos (1350h), sendo 70% em EAD e 30% presencial.  São 25 vagas disponíveis. As inscrições estão abertas no:https://bit.ly/3hOtVZp ."A produção de frutas vem crescendo no Estado de Goiás e, cada vez mais, mão de obra é empregada nesse setor. Por esse motivo criamos o Curso Técnico em Fruticultura, para suprir o déficit de mão de obra, principalmente especializada para esse setor", destaca Mara.

Segundo dados da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), o País é o terceiro maior produtor de frutas do mundo, com mais de 44 milhões de toneladas por ano. Mesmo com a pandemia, no primeiro semestre de 2020, foram exportadas mais de 399,8 mil toneladas do alimento o que correspondeu a um faturamento de mais de US$ 312 milhões.

O agrônomo e coordenador técnico do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag), Alexandro Alves, lembra ainda que, para uma a exploração bem-sucedida da atividade, existem fatores que podem ser considerados como limitantes ou que representam desafios a serem vencidos para o sucesso dos empreendimentos frutícolas. Entre os principais estão a demanda de conhecimentos tecnológicos sobre aquisição de mudas de qualidade, livre de pragas e doenças, os sistemas de produção das culturas, a pós-colheita e o mercado.

Fruticultura em alta

O agrônomo e coordenador técnico do Ifag, Alexandro Alves destaca que a fruticultura exige cada vez mais tecnologia e para um crescente mercado é preciso:

•Apoiar polos produtivos de frutas implantados e em fase de implantação no Estado de Goiás;

• Desenvolver a fruticultura em Goiás e, através do trinômio conhecimento, tecnologia e extensão, buscar solução para a cadeia produtiva, em todo o Estado, tornando os sistemas locais eficientes, competitivos e rentáveis para gerar melhor qualidade de vida à família rural;

•    Reduzir a importação de frutas provenientes de outros Estados, oferecendo no mercado estadual frutas frescas e de qualidade; 

•    Fornecer opções de diversificação da renda ao produtor rural;

•    Favorecer a construção de políticas públicas para fortalecimento da cadeia produtiva de frutas em Goiás.

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