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Série especial mostra os desafios para a sustentabilidade

reocupação de explorar atividades econômicas sem agredir meio ambiente é alvo de discussões


Reportagens especiais do Agrodebate serão exibidas até sexta-feira
 
Uma pergunta ainda ecoa: como conciliar desenvolvimento econômico sem prejudicar o meio ambiente? Nunca antes na história a palavra sustentabilidade esteve tanto sob os holofotes. A explicação pelo interesse demasiado e a sua frequente busca vem de Roberto Rodrigues, da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e ex-ministro da Agricultura.

"O que o mundo quer hoje é sustentabilidade. Essa é a palavra que varre a linha comercial", pondera. Ser sustentável implica em uma série de benefícios, lembra ele: possibilidade de abrir as portas para o mundo, explorar as atividades que geram lucro sem afetar tanto o meio natural. Mas para se alcançar o tão cobiçado equilíbrio a estrada ainda é longa.

O conflito de interesses já colocou de lados opostos defensores das bandeiras ambiental e econômica. Projetos polêmicos contribuíram ainda mais para separá-los. Código Florestal, leis sobre o zoneamento e uma divisão nítida.

O progresso ainda esbarra na falta de consenso? Acendeu a luz amarela para o chamado 'efeito trator'. Na prática, comunidades minoritárias perdem a voz e vez. Quem predomina é o lado financeiro, reclamam representantes de Ongs e movimentos sociais.

"Hoje, a prioridade é a econômica. Há uma fragilidade de nossas leis", defende Padre Paulo Cezar Moreira, coordenador da Comissão Pastoral da Terra em Mato Grosso.

"A primeira coisa a discutir é a possibilidade de uma sociedade dizer se concorda ou não [com grandes obras]. Os estudos cumprem a legislação, mas ela ainda não foi feita exatamente para responder a todas as questões", endossa Ivar Busatto, coordenador-geral da Operação Amazônia Nativa (Opan).

Na semana do Meio Ambiente, o Agrodebate veicula uma série de reportagens especiais com objetivo de debater a temática. Em seis produções estarão exemplos de atividades que se desenvolveram atreladas à conservação do meio ambiente, a geração de riquezas com a necessária preservação dos ecossistemas.

No Pantanal Mato-grossense, a pecuária ganhou status de sustentável. O homem aprendeu a viver em harmonia com a natureza e a respeitá-la para o exercício profissional. A planície localizada entre os estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso revela uma série de belezas naturais, mas há pelo menos 200 anos possibilita a sobrevivência de quem tem na criação de animais a fonte financeira.

Como lembra Urbano Gomes, pesquisador da Embrapa Pantanal, o homem aprendeu a viver em sintonia com o bioma. "A grande particularidade foi a vocação de as pessoas terem encontrado uma forma de como ocupar com o mínimo de impacto. Como o Pantanal tem este perfil, pois há áreas abertas e com vegetação nativa, foi uma ocupação natural com o pastoreio de gado", defendeu.

No campo, a busca por uma agricultura sustentável tornou-se bandeira número um do setor produtivo. Como pondera Roberto Rodrigues, a agricultura brasileira é modelo de gestão para o mundo.

"Preservamos e isso é um fato. A área de grãos plantada nos últimos anos 20 anos cresceu 35% e a produção, 175% em função da tecnologia", cita.

A pressão para conter o chamado 'progresso a qualquer custo', que não preserva as condições mínimas para manutenção dos ecossistemas tem funcionado, no entender do governo. Prova é que o desmatamento - um dos principais termômetros da destruição - esfriou. A destruição da Amazônia Legal atingiu o menor índice dos últimos 23 anos, apontou o último levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgado ontem.

Muitas vezes fora dos debates que esquentam o mundo político, a população tenta sobreviver da forma como pode. A agricultura familiar, responsável por levar à mesa do brasileiro a comida do dia-a-dia, vai, aos poucos, caminhando para uma consolidação. Mas a missão não se mostra tão fácil. Falta qualificação, pouco conhecimento técnico e ausência de mecanismos para estimular a atividade, reclamam produtores familiares.

Na primeira reportagem da série você vai saber porque cresceu o interesse sobre a geração de energia por meio das hidrelétricas. Para especialistas, é o sistema que menos gera impacto ambiental e aproveita a potencialidade natural dos rios. Mas há quem discorde do posicionamento.

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