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Sete entre dez produtos exportados são do ‘agro’

Dados divulgados pelo MICS mostram que, no primeiro semestre de 2016, o Brasil obteve superávit de US$ 23,6 bilhões na balança comercial.


Dados divulgados pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MICS) mostram que, no primeiro semestre de 2016, o Brasil obteve superávit de US$ 23,6 bilhões na balança comercial - valor dez vezes maior que o resultado apresentado no mesmo período do ano passado (US$ 2,2 bilhões). O crescimento do saldo comercial foi impulsionado principalmente pela queda de 27,7% das importações. 

Apesar do resultado positivo no saldo da balança, o comércio externo do país tem apresentado forte desaceleração. Houve queda de US$ 29,6 bilhões na corrente de comércio do Brasil e retração de 4,3% nas exportações, conforme informações da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). 

O governo federal tem destacado o comércio internacional como uma prioridade para a recuperação econômica do país. O agronegócio tem sido o setor que mais contribuiu para o saldo comercial positivo nos primeiros seis meses de 2016. 

O destaque pode ser observado na composição dos 10 principais produtos brasileiros exportados no período. A soja em grão, com receita de US$ 13,9 bilhões (+11%), aparece como o principal produto exportado, o açúcar em bruto, US$ 3,1 bilhões (+19%), em 4º, a celulose, US$ 2,7 bilhões (+7%), em 7º, e a carne bovina, US$ 2,2 bilhões (+6%), em 8º. Fora a lista dos ‘top 10’, há ainda outros importantes produtos que contribuem para o comércio exterior, como café em grão, farelo de soja e carne de frango. 

No primeiro semestre de 2016, esses produtos trouxeram ao Brasil US$ 41,6 bilhões em receita, 46% do valor total. Dentre esses, sete são do agronegócio, US$ 29,9 bilhões (33,2%) do total das exportações brasileiras. 

O crescimento das exportações de soja em grão tem sido puxado, principalmente, pelo aumento das importações chinesas. A demanda mundial pela oleaginosa está aquecida em consequência das perdas ocorridas nas safras do Brasil e Argentina, que geraram uma expectativa de baixa disponibilidade na próxima safra, estimulando sua compra no mercado internacional. 

O aumento das exportações de açúcar também é influenciado pela valorização do preço mundial da commodity, devido a menor oferta e o aumento da demanda, o que deve gerar um déficit no ciclo atual. Outro fator que incentivou o crescimento dos preços foi a recente desvalorização do dólar em relação a moedas dos países produtores. 

Apesar do menor crescimento da economia chinesa, a demanda por carne bovina de alta qualidade naquele país deve continuar aquecida no segundo semestre. Isso ocorre por que esse tipo de corte é demandado por consumidores de maior renda, que são menos influenciados pela desaceleração econômica. 

A China, segunda maior economia mundial, foi o principal destino das exportações do Brasil no primeiro semestre de 2016, com receita de US$ 11,4 bilhões (17,2%). O país continua tendo um papel fundamental na balança comercial brasileira, principalmente em relação à demanda por produtos agropecuários. 

Os dados apresentam um cenário com boas oportunidades para os produtores agropecuários do Brasil, principalmente devido à demanda aquecida e ao câmbio favorável. Desse modo, em 2016, o setor continua sendo um elemento chave para o desempenho da balança comercial do país. 

CÂMBIO - Apesar da recente valorização do real - 19,9% no acumulado de 2016 - o câmbio tem contribuído para o aumento da competitividade dos produtos brasileiros no mercado externo. De acordo com as expectativas do mercado, publicada no Boletim Focus (BCB), em 2016 a taxa de câmbio deverá encerrar o ano por volta de R$ 3,50. 
 

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