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Setor busca saídas para a falta de renda na cafeicultura

Conab confirma leilão de opções para contratos remanescentes


Conab confirma leilão de opções para contratos remanescentes
 
LEILÃO DE OPÇÕES — Conforme antecipamos em nosso boletim anterior, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) anunciou que realizará, na próxima terça-feira, 8 de outubro, mais um leilão de Contratos de Opção de Venda de café arábica. O volume ofertado corresponde aos 4.058 contratos (405.800 sacas de 60 kg) remanescentes dos três leilões realizados em setembro.

 
De acordo com a estatal, poderão participar da próxima operação produtores de café arábica e suas cooperativas estabelecidos nos Estados de Minas Gerais, Bahia, Espírito Santo, Paraná e São Paulo. É válido recordar que os arrematantes do prêmio adquirem o direito de vender o produto no vencimento dos contratos, em março de 2014, ao valor referencial de R$ 343 por saca, se na ocasião os valores de mercado estiverem aquém desse patamar.
 
SOLUÇÕES PARA A CRISE — Na quinta-feira, 3 de outubro, o conselho diretor do CNC e a Comissão Nacional do Café da CNA reuniram-se com Gerardo Fontelles e Jânio Zeferino da Silva, secretário Executivo e diretor do Departamento do Café do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), respectivamente, para debater programas que devolvam a renda aos produtores de café do Brasil face aos atuais preços aviltados do mercado.
 
Entre os pontos debatidos, podemos antecipar o comprometimento do governo em apresentar, no final deste ano, um cronograma com os programas de apoio a serem utilizados na próxima safra, bem como a liberação dos recursos ao setor em momentos adequados, possibilitando organização e a venda do produto em melhores cenários de preços.
 
Outra possibilidade apontada foi a criação de uma coordenação geral no Mapa para as culturas perenes, a qual deverá se responsabilizar pela coleta de números da cafeicultura mundial e, consequentemente, permitirá um melhor planejamento para o setor no País.
 
Além disso, as lideranças da produção cafeeira no Brasil defenderam, junto ao governo, a suspensão automática, por 90 dias, do pagamento das parcelas de crédito rural da cafeicultura. Esse intervalo se faz necessário para que possamos avaliar a situação financeira do setor e apresentarmos sugestões que visem sanar, definitivamente, a grave falta de renda na atividade. A esse respeito, a CNA e o CNC já iniciaram um levantamento de dados sobre o nível de endividamento dos produtores junto a bancos e cooperativas de produção e de crédito.
 
ENDOSSULFAN — Os representantes da produção cafeeira também solicitaram, com urgência, a aprovação do registro e a liberação dos princípios ativos Cyantraniliprole e Chlorantraniliprole/Abamectin, desenvolvidos pelas empresas DuPont e Syngenta, para o controle da broca do café, haja vista a necessidade de um substituto eficaz para o endossulfan. Gerardo Fontelles informou que deu encaminhamento ao assunto nesse sentido na quinta-feira, dia 8.

 
MERCADO — O dólar perdeu força na semana, principalmente devido ao clima tenso gerado pelo impasse fiscal nos Estados Unidos, que paralisou o governo norte-americano nos últimos dias. No Brasil, a divisa desvalorizou-se 2,4% no acumulado da semana até a quinta-feira, quando foi cotada a R$ 2,2029.
 
O enfraquecimento da moeda norte-americana ajudou em uma discreta recuperação das cotações do arábica na Bolsa de Nova York, frente às recentes perdas. No fechamento de ontem, o vencimento dezembro do Contrato C atingiu US$ 1,1535 por libra-peso, representando um ganho acumulado na semana de 165 pontos.
 
As cotações do robusta, na Bolsa de Londres, seguiram a mesma tendência, com o vencimento novembro do contrato 409 registrando ganhos de US$ 92 por tonelada até o fechamento de quinta-feira, a US$ 1.703/t.
 
A recuperação dos preços do conilon também foi motivada pela divulgação dos estoques certificados na Euronext.Liffe, no dia 3 de outubro, quando somavam 1,01 milhão de sacas, representando uma queda de 19% nos últimos 15 dias.
 
Com esse dado, tem-se a décima redução consecutiva nos estoques de robusta em Londres, consequência da lentidão dos negócios, pois produtores vietnamitas continuam segurando seus estoques, em busca de preços mais remunerativos.
 
No mercado físico brasileiro, por outro lado, os valores do café arábica seguem acumulando baixas quase que sucessivas. Na quarta-feira, 2 de outubro, o Indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para a variedade fechou a R$ 258,53 por saca, seu menor nível desde 26 de outubro de 2009. A instituição reporta que, com as bases de preços em baixos patamares, o ritmo de negócios permanece bastante lento.
 
No que diz respeito ao café robusta, o Cepea informa que os preços da variedade têm recuado ainda mais expressivamente. Entre 25 de setembro e 2 de outubro, o Indicador do conilon tipo 6, peneira 13 acima, teve baixa de 4,77%, fechando a R$ 221,42 por saca.

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