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Setor de adubos opera no limite da capacidade neste mês

A demanda acima da média pode indicar melhor cenário para a safra de grãos


Depois de ver suas vendas represadas pela crise agrícola ao longo do ano, as indústrias de adubos operaram no limite da capacidade de entregas em outubro, e a demanda continua acima da média em novembro, o que indica um melhor cenário para a safra de grãos do Brasil, avaliou a Anda (Associação Nacional para a Difusão de Adubos).

Chuvas em geral regulares para o plantio da safra de verão, melhores preços das commodities no mercado internacional e o início de um encaminhamento para renegociação de débitos dos agricultores estimularam as vendas neste mês e também em outubro, que deve registrar novo recorde mensal de entregas.

Os números do mês passado ainda não estão totalmente contabilizados, mas a Anda considera provável que fiquem acima das 3,153 milhões de toneladas verificadas em outubro do ano passado, a maior marca da associação.

"O número (de vendas em outubro) será aparentemente superior a 3,15 milhões de toneladas... Pode ficar (acima do recorde), mas seria um recorde que não me comove... O que eu digo é que ocupou o limite de máxima de todas as fábricas", disse à Reuters o diretor executivo da Anda, Eduardo Daher.

Ele explicou ainda que as vendas estão aquecidas porque ficaram concentradas em outubro e novembro. "Novembro talvez seja um pouco melhor do que no ano passado, que era 2,4 milhões (em 2005), mas depois disso tem um limite, deve cair em dezembro pela metade de novembro", declarou.

Apesar da recente reação nas vendas, que chegou a provocar filas de dois a três dias para a retirada de adubo nas fábricas, Daher disse que o setor não deve recuperar a queda nas entregas registrada em 2005, quando o volume comercializado caiu para 20,1 milhões de toneladas, uma redução de 11 por cento ante 2004, um dos melhores anos do setor.

A associação tem recebido queixas de que está faltando adubo, o que o executivo nega, salientando que eventuais problemas ocorrem porque "todo mundo está querendo tirar fertilizantes ao mesmo tempo." Ele completou afirmando que, quando esse tipo de movimento ocorre, é natural também que os preços subam.

"Se tenho adubo, você aparece com dinheiro à vista, está desesperado porque choveu na fazenda, o preço sobe, mas sobe sobretudo no frete, os fretes ficaram muito mais elevados, porque todo mundo começou a pôr caminhão na fila", afirmou.

Além dos preços de grãos e do tempo favorável para a semeadura, o que "excitou a demanda", o diretor da Anda acrescentou que a procura por fertilizantes para cana-de-açúcar, café e citros continua intensa. As chamadas culturas perenes têm tido um melhor momento de mercado do que os grãos.

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