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Setor de alimentos básicos evoluiu: Ibrafe

"É preciso rastreabilidade para que todos saibam o tamanho do esforço que já é feito no campo"


Foto: Pixabay

Em um mundo onde a soja e milho, para ração animal, batem recordes de preço e a produção de Feijão recua, o consumo de Feijões tem aumentado na Europa e nos Estados Unidos, aponta o Ibrafe (Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses). “O medo do que alimentos que desconhecemos a origem podem causar à saúde aumentou muito após o COVID-19”, diz a entidade. 

“Olhamos ao nosso redor e louvamos a modernização. Apontamos o dedo para setores do qual pouco conhecemos e temos na ponta da língua a recomendação: modernizem-se. Portanto, por estranho que pareça, o setor de alimentos básicos, considerado por muitos como nicho diante da grandiosidade das commodities, está iniciando a mais contundente evolução de qualidade”, recomenda o presidente do Instituto, Marcelo Lüders. 

De acordo com ele, o setor Feijoeiro é feito de pessoas diferenciadas: “É raro conhecer um pesquisador, agrônomo, produtor, corretor, empacotador ou consumidor que não se mostre apaixonado pelos Feijões. Esta admiração pela planta que entre 65 e 90 dias renova as chances de recompor a vida de quem perdeu fortunas tentando produzi-la é real”. 

“O que vemos agora é exemplo disso, há produtores no Paraná ignorados por pessoas que veem a chuva pela televisão. Se 2020 foi difícil para o mundo, 2021 será ainda pior para quem depositou as esperanças de vida melhor na Região Sul do Brasil, que teve estiagem e excesso de chuva na mesma safra”, relembra. 

Segundo Lüders, os produtores de feijão são “heróis anônimos”: “A palavra de ordem é ‘não vamos desistir’, eles olham para frente, renegociam dívidas e se sentem sozinhos. No entanto, colocam suas esperanças novamente na terra, na lavoura e vão fazer ainda melhor. Este melhor envolve usar mais sementes certificadas. Envolve produzir, dentro de critérios, protocolos e exigências que nem as plantas ornamentais nos grandes centros urbanos têm. Questões ambientais e legais precisam ser conhecidas por todos os que estão na áreas urbanas”. 

“Para isso é preciso rastreabilidade para que todos saibam o tamanho do esforço que já é feito no campo. Não se trata nem de longe em exigir mais dos produtores, mas, sim, de reconhecer o que tem sido feito. Reconhecer exige que se pague por isso. Querem que preservem as terras, que eliminem pragas à unha, que produzam um alimento bonito, nutritivo, graúdo e por aí vai, e queremos que tudo isso custe mais barato. Acordem!”, afirma o dirigente. 

“Se entendemos que por preservarmos a natureza no Brasil merecemos royalties internacionais para termos nosso alimento, também temos que pagar por isso. A rastreabilidade será a forma de expressarmos à população, atestado por um terceiro, que nós do agro fazemos do modo certo, produzimos da forma correta. Parece estranho, mas é assim mesmo. O que era exigência de consumidores agora é exigência de produtores e empacotadores, que reivindicam que a sociedade reconheça, no preço, seu trabalho diferenciado”, conclui.

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