Setor leiteiro quer frear queda nas vendas
O setor lácteo já começou a computar as perdas decorrentes da crise de credibilidade que se abateu sobre segmento após denúncias de adulteração em MG
O setor lácteo já começou a computar as perdas decorrentes da crise de credibilidade que se abateu sobre segmento após denúncias de adulteração em Minas Gerais. O temor é que o desencontro de informações possa trazer prejuízos tanto na formação de opinião do consumidor quanto para produtores, indústria e varejo. Segundo a Agas, desde a operação da Polícia Federal, em outubro, houve um recuo de 10% na comercialização de leite UHT no varejo. "Aconteceu uma migração da preferência para o leite tipo C", explica o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo.
O índice, segundo o coordenador do Prodelact, Darcy Bitencourt, atinge até 50% em alguns estabelecimentos comerciais da Capital. O assunto foi debatido ontem, na reunião extraordinária da Câmara Setorial do Leite, convocada em regime de urgência pelo secretário da Agricultura, João Carlos Machado. "Nota-se uma grande diminuição do consumo. Apesar de ter sido da porteira para fora, atinge o produtor", justifica Machado. O Sindilat confirma que as indústrias registraram um decréscimo em torno de 7% nos negócios em função da crise, mas o secretário executivo do sindicato, Darlan Palharini, acredita que a situação seja temporária.
Para conter o prejuízo, a cadeia produtiva resolveu reagir. A estratégia será utilizar a mídia para esclarecer ao consumidor sobre a produção e o beneficiamento do alimento. A idéia é tornar os processos claros e acessíveis ao público, que já responde negativamente nas gôndolas.