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Setor vitivinícola busca aumentar consumo no Brasil

Hoje a média chega a apenas 1,8 litro/ano por pessoa, enquanto que na Argentina este número chega a 28 litros/ano


Os produtores de vinho do Brasil estão buscando alternativas para elevar o consumo. Hoje a média chega a apenas 1,8 litro/ano por pessoa, enquanto que na Argentina este número chega a 28 litros/ano. Mesmo assim, o país vizinho registrou no ano passado uma queda de 11% no consumo de vinhos finos sobre um volume estimado de 1,5 bilhão de litros produzidos. Uma boa parte desse "excedente" de 165 milhões de litros deverá ser enviada ao Brasil no curto e médio prazo, atravessando a fronteira sem nenhum tipo de restrição de cota, preço ou alíquota de importação.

A entrada do vinho argentino preocupa o setor brasileiro, visto que nos últimos anos foram feitos muitos investimentos para elevar a área e melhorar a qualidade do produto. “Estamos preocupados porque o produto da Argentina entra no país sem taxação e não há consumo interno para atender o excedente deste país”, esclarece o presidente do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Carlos Paviani. Para isso, o setor vai apresentar em maio algumas propostas ao governo federal com o objetivo de debatê-las com o governo argentino. A reunião vai contar inclusive com os setores privados dos dois países.

Uma das propostas seria a Argentina incentivar o consumo de vinho no próprio Brasil. Paviani esclarece que ao invés do produto platino ser tributado ao ingressar no país, que fosse estabelecida uma taxa de promoção. “Essa taxa seria convertida em ações e promoções para ampliar o consumo de vinhos no Brasil”, ressaltou. O objetivo, segundo ele, é aumentar em 50% o consumo interno, com isso o vinho argentino poderia entrar sem maiores problemas porque o setor brasileiro não estaria preparado para atender a demanda. Outra alternativa seria estabelecer cotas de preços para quantidades de até 200 mil caixas. Paviani solicita que uma caixa no valor de até US$ 24 seja taxada, e acima deste valor, a tributação seria retirada.

Caso as propostas não sejam aceitas pelo governo federal, o setor já pensa em tomar atitudes mais enérgicas. Assim como os produtores de arroz do Rio Grande do Sul que fecharam a BR-153, em Aceguá, na fronteira do Brasil com o Uruguai, o setor vitivinícola expõe esta possibilidade. “Se não houver apoio do governo, o setor fechará as fronteiras com a Argentina para protestar contra a política de abertura”, enfatizou Paviani. Em 2003, segundo dados levantados pelo Ibravin, 5,4 milhões de litros de vinhos finos vieram para o Brasil. No ano passado, foram 11,2 milhões. Para se ter um comparativo, a produção nacional de vinhos finos em 2003 foi de 52 milhões de litros, e no ano passado de 59 milhões.

Aconteceu nesta quarta-feira (27-04), em Porto Alegre, a abertura do 2º Circuito de Degustação de Vinhos do Brasil. Dezoito vinícolas apresentaram a convidados (imprensa segmentada, sommeliers, confrarias de apreciadores, donos de restaurantes e casas especializadas), o top de sua produção em vinhos e espumantes, em um total de mais de 80 produtos. As próximas etapas ocorrem em Curitiba, no dia 9, São Paulo, dia 10, Brasília, 11, e Rio de Janeiro, em 12 de maio.

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