Setores comemoram derrubada do veto
Senado confirmou a derrubada do veto da desoneração por 64 votos contra 2
Agrolink
- Eliza Maliszewski
Foto: Pixabay
Depois da Câmara dos Deputados derrubar o veto presidencial à desoneração da folha por 430 a 33, o Senado confirmou a derrubada por 64 votos contra 2, nesta quarta-feira (4). Com isso o benefício fiscal vale até o final de 2021.
A medida beneficia 17 setores da economia, incluindo alguns ligados ao agronegócio como couro, máquinas e equipamentos, proteína animal, têxtil e transporte rodoviário de cargas. Atualmente, as empresas desses setores empregam mais de 6 milhões de pessoas. Os representantes dos segmentos argumentaram que o fim da desoneração, em um momento de crise econômica, geraria demissões.
O modelo da desoneração permite às empresas optar por contribuir para a Previdência Social com um percentual que varia de 1% a 4,5% sobre a receita bruta em vez de recolher 20% sobre a folha de pagamento. Segundo o Ministério da Economia, o impacto da decisão é de R$ 4,9 bilhões em 2021 e R$ 4,9 bilhões em 2022.
Setores comemoraram a decisão. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) calcula que apenas no caso dos setores de aves e de suínos foram evitados impactos da ordem de R$ 1 bilhão. “Agora, com a manutenção da política de desoneração, as empresas do setor produtivo terão melhores condições para a consolidação do planejamento para 2021, com um quadro menos oneroso, em um momento estratégico para a retomada econômica”, afirmou em nota.
A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ) também lutava pela derrubada do veto. A cadeia da indústria de máquinas emprega 1,3 milhão de pessoas direta e indiretamente.“Estamos no meio de uma guerra. A desoneração da folha é urgente. Precisamos nos planejar para janeiro, saber se vamos investir, demitir, contratar”, queixou-se na época o presidente da entidade, José Velloso.