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Simers prevê 2005 difícil para o setor


O Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Rio Grande do Sul (Simers) prevê que este ano será difícil para o setor. Atualmente, o Estado abrange 61% da produção nacional de colheitadeiras e tratores e 40% da fabricação de implementos. De acordo com o presidente do Simers, Cláudio Bier, a desvalorização do dólar, a queda no preço das principais commodities, a seca no Rio Grande do Sul e a mudança da alíquota estadual do ICMS, que limita a possibilidade de empresas exportadoras serem ressarcidas pelo imposto gasto com a compra de mercadorias e matérias-primas de outros estados devem limitar os ganhos em 2005. “Ainda acreditamos que o setor vai crescer este ano, mas não estamos otimistas”, declarou Bier. As duas maiores empresas com unidades no Estado, AGCO e John Deere, exportam mais de 50% da produção.

Em 2004 as exportações de máquinas e implementos das empresas gaúchas foram a salvação da lavoura, com alta de 34% em relação a 2003. De 13.974 unidades comercializadas com o mercado externo em 2003, as exportações atingiram 18.775 unidades no ano passado. A comercialização externa das empresas brasileiras do setor apresentou um ganho ainda maior em 2004, de 41,7%, de acordo com o dirigente. As vendas passaram de 19.821 unidades em 2003 para 28.085 unidades em 2004. No mercado interno, porém, Bier estima uma queda de 20% na comercialização em 2005. Devido às exportações, a produção de máquinas e implementos do Rio Grande do Sul apresentou um crescimento de 17% em 2004. Para esse ano, a previsão é de alta aproximada de 13%.

No setor de armazenagem, o setor reclama da burocracia na liberação de recursos aos produtores. Para o vice-presidente do Simers e presidente da empresa Kepler Weber, Othon d"Eça Cals de Abreu, o período para a entrega do financiamento pode levar até 160 dias. O dirigente ressalta que este tempo é bem maior em relação ao ciclo produtivo de uma determinada cultura, que leva em média 120 dias. Ele destaca que por esse motivo o programa do governo federal para a ampliação de armazenagem e irrigação, o Moderinfra, tem pouca procura. “Cerca de 70% dos produtores que compram produtos para armazenagem utilizam recursos próprios, para evitar a burocracia”, afirma Cals de Abreu. Hoje o déficit de armazenagem de grãos no Brasil chega a 30% de uma produção estimada em 130 milhões de toneladas.

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