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Simpósio de Pós-Colheita debate as questões da Armazenagem

Encontro reuniu cerca de 300 pessoas e 20 empresas do segmento


Realizado em Espumoso o encontro reuniu cerca de 300 pessoas além de 20 empresas que atuam neste segmento. Durante o evento foram debatidos temas como Controle de Pragas e Roedores dentro das instalações de armazenagem, Aplicação Prática da Secagem e Aeração, Soluções para os processos de Armazenagem, Certificação de Unidades Armazenadoras, entre outros. Para o presidente da Associação Brasileira de Pós-Colheita, Irineu Lorini, que é pesquisador da Embrapa Soja, o Vº Simpósio encerra o ciclo de eventos realizados pelo Brasil, cujo objetivo é debater as formas de aplicação de tecnologias que proporcionem redução de perdas de grãos, depois que eles são colhidos. “Não existem estatísticas atualizadas, mas o que percebemos é que em todas as fases, desde a colheita até o processamento final do grão, elas podem chegar a 20% do total da produção brasileira”, assinala em forma de alerta, Lorini.
Sobre este tema o dirigente da entidade afirma que está esperando que o MAPA libere recursos para um projeto que deve ser executado pela Embrapa e a Conab, com a finalidade de atualizar os dados e apontar os maiores pontos de perdas de grãos no pós-colheita. “Os últimos dados que temos é da década de 90 e de lá para cá, muitos processos já foram melhorados ou mesmo a realidade de produção e escoamento já se alterou, por isto é imprescindível que atualizemos esta informação”, defende Lorini.
 
Alguns Temas - Uma das informações que chamou bastante a atenção dos participantes e que tem sido tema de discussão entre os produtores e armazenadores são as novas instruções que a Conab publicou. Está cada vez mais próxima a data em que todas as unidades que pretendem prestar serviço de armazenagem para a Conab precisarão estar certificadas, mostrando que seguem uma série de normas e controles. “A certificação abrange cerca de 150 quesitos, entre obrigatórios e recomendados”, lembra Lorini. Além disto, a ANVISA aprovou, no início deste ano, uma normativa quanto aos limites máximos tolerados (LMT) para micotoxinas em alimentos. Empresas que importam, produzem, distribuem e comercializam bebidas, alimentos e matérias-primas listadas na resolução já precisam se adequar para implementar algumas medidas que já estão em vigor. A implantação total da normativa ocorrerá somente em 2016. “Isto vai exigir um grande controle dentro dos silos porque os grãos vão ter que ter uma qualidade mais elevada”, explica o pesquisador da Embrapa.
 
Na normativa do MAPA a certificação busca o fortalecimento da relação do setor armazenador com o setor produtivo e a sociedade, a redução das perdas que ocorrem durante o processo de armazenamento e o aumento da credibilidade do setor frente aos mercados externos. O Organismo de Certificação de Produto (OCP) é acreditado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), responsável pelo controle e acompanhamento da concessão da licença e uso da identificação da certificação.
 
A determinação do Ministério indicou, entre outros itens que “Toda unidade armazenadora, cuja construção ou ampliação se iniciar a partir da publicação no DOU da IN n.º 41/2010 de 15/12/2010, deve possuir sistema de exaustão de ar, natural ou mecânico. Atualmente o único Sistema de Exaustão que se enquadra nesta normativa e que participou do Simpósio é o Cycloar, produto criado no Brasil, e que vem quebrando paradigmas na armazenagem. O Cycloar está no mercado há pouco mais de cinco anos e foi criado, segundo seu inventor, o paranaense Werner Uhlmann, para reduzir as drásticas perdas de grãos que acontecem dentro de silos e armazéns. “São pelo menos 3% de tudo que é armazenado no Brasil e que é descontado já na entrada do grão, como quebra técnica, algo aceito como natural por todos, mas que se colocado na ponta do lápis, resulta em milhares de toneladas e milhões de reais postos fora, literalmente”, afirma o diretor da Agrocult, empresa que presta consultoria para a Cycloar, Eng. Adriano Mallet.
 
Conforme explica o inventor do Sistema, Werner Uhlmann o Cycloar uma tecnologia cuja ação é proporcionar a eliminação de problemas como amarelamento, ardidos dos grãos, deterioração, mofo e insetos. Isto tudo, de forma natural e sem custos, preservando a colheita armazenada com melhor qualidade. Adriano ressalta que na busca de reduzir as perdas, melhorar a qualidade do grão e se enquadrar na IN 29, empresas com ADM do Brasil, SLC Agrícola, Grupo Bom Futuro (Iraí Maggi), Tecnoseeds, Fiagril, IRGA, Estância Guatambu, Cotripal, Cargill e muitas outras, já instalaram o Sistema Cycloar e, segundo seus depoimentos, estão usufruindo de maior lucratividade via melhoria da qualidade dos grãos e redução das perdas. “É uma tecnologia que se paga já no primeiro ano de instalação”, conclui o consultor, acrescentando que na área agrícola já foram comercializados, neste período, mais de 70 mil aparelhos de exaustão.

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