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Simpósio discute uso e manejo sustentável do Bioma Caatinga

Compreender a ecologia do bioma e conhecer os usos e manejo adequados dos seus recursos naturais são passos essenciais para aproveitar o que a Caatinga oferece


Compreender a ecologia do bioma e conhecer os usos e manejo adequados dos seus recursos naturais são passos essenciais para aproveitar os potenciais que a Caatinga oferece, sem provocar riscos ao ambiente. É com essa perspectiva que a Embrapa Semiárido e instituições parceiras realizam o Simpósio do Bioma Caatinga, que acontece entre os dias 7 e 9 de junho, em Petrolina-PE.
 
O evento visa integrar diferentes atores e instituições para apresentar e discutir, com uma visão holística, os conhecimentos sobre o bioma. "Nós queremos reunir diversas visões e levantar demandas a partir do olhar de outros segmentos, para pensarmos juntos sobre o que já alcançamos e o que ainda precisa ser feito para minimizar e reverter a degradação da Caatinga e utilizar seus recursos de forma sustentável", afirma a presidente da comissão organizadora e pesquisadora da Embrapa Semiárido Lúcia Helena Piedade Kiill.
 
A programação do simpósio foi dividia em três eixos principais, cada um deles correspondente a um dia do evento. No primeiro, as palestras serão relacionadas aos recursos naturais do bioma, abordando aspectos como a flora, a fauna e os micro-organismos, além da água, dos solos e do clima. Já no segundo dia, o desenvolvimento sustentável e conservação da Caatinga serão o tema principal, com a exposição de experiências bem sucedidas, a exemplo do Parque Natural Serra das Almas e da criação de Unidades de Conservação em nível Estadual e Muncipical, discutindo ainda os diversos potenciais de uso do bioma, como o turismo ecológico, a geração de energia solar e eólica, cultivo de florestas energéticas e os produtos florestais não madeireiros.
 
O evento encerra abordando questões socioeconômicas, como a vulnerabilidade social do bioma, a promoção do desenvolvimento sustentável por meio dos serviços ambientais e os desafios da agricultura familiar no ambiente da Caatinga. As políticas públicas também serão temas de discussão, com apresentação da política ambiental do Ministério do Meio Ambiente (MMA) com foco no Bioma Caatinga, os desafios dos órgãos estaduais de meio ambiente para implementar os instrumentos legais a partir do Código Florestal (Lei n° 12.651/2012) e também o papel dos governos locais na elaboração de políticas públicas.
 
Lançamentos – Juntamente com a abertura do Simpósio, a Embrapa fará o lançamento de uma nova variedade de uma fruta típica do bioma Caatinga: o maracujá silvestre. A cultivar BRS Sertão Forte (BRS SF) foi selecionada a partir de uma população de acessos silvestres de Passiflora cincinnata de diferentes origens. O resultado é um fruto com maior produtividade e tamanho, além de maior tolerância ao estresse hídrico, sendo uma alternativa viável para a agricultura familiar da Caatinga e do Cerrado, em áreas com limitações de água e baixo uso de tecnologias.
 
Na ocasião, será lançado ainda o livro Umbuzeiro: avanços e perspectivas, editado pela Embrapa Semiárido. A obra trata de outro dos importantes frutos nativos do bioma Caatinga, abordando aspectos como as características botânicas, biologia e fisiologia da planta, as formas de propagação e manejo e aspectos relacionados ao fruto, como a qualidade e conservação pós-colheita, processamento do umbu e mercados para a sua comercialização.
 
A Caatinga – Considerado o único bioma exclusivamente brasileiro, a Caatinga tem sua ocorrência toda localizada em território nacional, espalhada pelos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe e norte de Minas Gerais. Ele ocupa uma área de quase 900 mil quilômetros quadrados, o equivalente a 11% do país e 70% do Nordeste, abrigando ainda cerca de 60% da população dessa região.
 
Suas espécies são adaptadas ao estresse hídrico e às altas temperaturas, sendo, portanto, recurso natural de grande importância para o desenvolvimento da região. "Diversas atividades econômicas e de subsistência são desenvolvidas dentro do bioma, a exemplo da agricultura, pecuária e extrativismo. No entanto, sua exploração inadequada tem provocado uma drástica diminuição da área de vegetação nativa, acarretando em perdas irrecuperáveis da diversidade de flora e fauna, além da aceleração do processo de erosão, perda da fertilidade do solo e também da qualidade da água, entre outras consequências", observa a pesquisadora Lúcia Kiill.
 
A busca de soluções para essas questões ambientais é uma dos desafios para os participantes do Simpósio do Bioma Caatinga. O evento é voltado para pesquisadores, professores, estudantes de pós-graduação, técnicos, gestores e membros de órgãos governais e da sociedade civil em geral. As inscrições podem ser feitas por meio do site do evento (www.embrapa.br/simposio-do-bioma-caatinga), onde também pode ser acessada a programação completa. O custo da participação é de R$ 70,00 para profissionais e R$ 50,00 para estudantes, incluindo o transporte entre a cidade de Petrolina e a Embrapa Semiárido, local onde acontece o evento.
 
O Simpósio é uma realização da Embrapa e do Governo Federal, em parceria com a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e Associação de Plantas do Nordeste (PNE). 
 
Serviço
O que: Simpósio do Bioma Caatinga
Onde: Auditório da Embrapa Semiárido, Petrolina-PE
Quando: 7 a 9 de junho de 2016
Para quem: Pesquisadores, professores, estudantes de pós-graduação, técnicos, gestores e membros de órgãos governais e sociedade civil em geral 
Informações e inscrições: www.embrapa.br/simposio-do-bioma-caatinga

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