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Simpósio na França discute avanços de pesquisas contra a murcha bacteriana

De 4 em 4 anos, vindos de várias partes do mundo, pesquisadores e estudantes ligados à pesquisa com a murcha bacteriana marcam presença no IBWS.


De quatro em quatro anos, vindos de várias partes do mundo, pesquisadores e estudantes ligados à pesquisa com a murcha bacteriana marcam presença no Simpósio Internacional de Murcha Bacteriana (IBWS). Este ano, a cidade francesa de Toulouse sediou - entre os dias 02 a 07 de julho - o evento, já realizado na Carolina do Norte (EUA), em Guadalupe (Antilhas Francesas), em Nelspruit (África do Sul), em York (Inglaterra) e Wuhan (China). Causada pelo patógeno de solo pertencente ao gênero Ralstonia, um dos mais estudados entre as bactérias, a murcha bacteriana afeta centenas de espécies vegetais, em especial em países de clima tropical e subtropical. 

Presente nos quatro últimos simpósios, o pesquisador Carlos Alberto Lopes, da área de Fitopatologia da Embrapa Hortaliças (Brasília-DF) teve, nesta sexta versão do IBWS, a oportunidade de atualizar os resultados que têm sido obtidos no trabalho de seleção de clones de batata resistentes à murcha bacteriana, e que conta com o apoio do CNPq. Idealizador da metodologia pioneira e única no mundo, envolvendo cruzamentos para obtenção de sementes, transplantes e inoculação com suspensão bacteriana, e com várias etapas de seleção de clones em casas de vegetação e no campo, o pesquisador explica que o processo continua e os resultados mais concretos referem-se aos clones que apresentam características bastante promissoras com relação à doença.

"Vamos colher no final do mês por volta de mil clones que vão ser avaliados, o que representa um avanço, pois há boas perspectivas de que existam materiais melhores dos que já foram analisados até agora", aponta Lopes, que vai apresentar seminário sobre o tema na Embrapa Hortaliças no dia 25 de agosto próximo. Ele adianta que a sua apresentação diz respeito à atualização dos trabalhos relacionados ao controle da murcha bacteriana no cultivo de batata, e que incluirá também suas impressões acerca do simpósio na França que, a exemplo dos anteriores, teve como foco dominante os avanços verificados na área molecular.

"Há progressos importantes nessa área, a partir do entendimento acerca da variabilidade fenotípica e genotípica do patógeno dentro da parte molecular, e o que acontece, por exemplo, quando a bactéria ataca a planta, quais as respostas e interações bioquímicas   ao patógeno e também o processo de rompimento ou não das barreiras do vegetal", alinha o pesquisador, para quem essas experiências são importantes para uma compreensão maior dessas questões com reflexos nos mecanismos de controle da murcha bacteriana.

Tópicos do simpósio

O evento de Toulouse contou com 123 participantes de 24 países e, do Brasil, além de Lopes, participaram Thaís Santiago e Maurício Rossato, ex-orientandos do pesquisador e que desenvolveram teses de doutorado sobre o tema nas Universidades Federal de Viçosa e de Brasília, respectivamente. 

Entre as atividades da agenda cumprida pelo fitopatologista durante o evento, destaque para o compromisso assumido de atuar, como representante da América do Sul, na edição dos tópicos Melhoramento, Ecologia e Epidemiologia na conceituada plataforma Frontiers in Plant Science, em seção criada para publicação de matérias e artigos sobre a murcha bacteriana.

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