Sistema argentino é capaz de alertar sobre seca

O pesquisador argentino Pablo Spennemann, doutor em ciências atmosféricas pela Universidade de Buenos Aires e pesquisador do CONICET, está trabalhando em um sistema de alerta de seca, em parceria com o Centro Comum de Pesquisa da Comissão Europeia. De acordo com ele, a ideia é replicar a taxa combinada do observatório Europeu da Seca (OED), que monitora todos os tipos de secas e possui produtos muito interessantes que compõem seu Sistema de Alerta Prévio, na região da Argentina. 

“No OED, eles desenvolveram um índice de seca combinado diferente dos que existem em nossa região. Especificamente, eles são 3 índices, mas são concatenados causalmente. Aí reside a diferença mais importante. Primeiro, eles analisam um déficit de precipitação; depois outro para a umidade do solo; e então um terceiro déficit para representar a vegetação”, comenta. 

No entanto, na adaptação ele cita que existe uma dificuldade que está em quantificar se o monitoramento da seca melhora ou não. “E isso é porque você precisa compará-lo com algo, por exemplo, com o rendimento de uma colheita ou com declarações de emergência agrícola ... esse tipo de coisa. Por exemplo, se houve uma seca severa e uma configuração de índice relata níveis de alerta mais graves que o outro, tentar-se-ia quantificá-lo observando isso”, completa. 

“Esse é um dos grandes problemas da seca, que a resposta geralmente é dada quando a seca é instalada. Portanto, o monitoramento é uma das pernas do que é um sistema de alerta precoce. Por outro lado, está a previsão, onde também estamos tentando avançar”, indica. 

Além disso, é muito difícil ter uma boa previsão devido à escala de tempo em que se lida. “A idéia é direcionar a previsão de um mês, e é necessário recorrer a uma variedade de técnicas estatísticas para melhorar as deficiências dos modelos. Planejamos terminar tudo isso este ano. Mas prevemos os avanços previstos para o próximo ano”, conclui.