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Sistema de ILPF é considerado uma das opções mais sustentáveis da atividade agropecuária

A tecnologia será tema de capacitação para técnicos e produtores no projeto ABC Cerrado


Um dos sistemas integrados que registra maior crescimento e adesão entre os produtores rurais na última década é o ILPF – Integração Lavoura, Pecuária e Floresta. Um levantamento publicado no portal da Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária revela que em todo território nacional cerca de dois milhões de hectares já utilizam a técnica e a perspectiva para os próximos 20 anos é de que este número aumente para 20 milhões de hectares.

Os produtores rurais que aderirem ao projeto ABC Cerrado, idealizado pelo Senar – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, Embrapa, Ministério da Agricultura – Mapa e Banco Mundial terão acesso a capacitação deste formato produtivo que foi proposto como uma das tecnologias que contribuem para mitigação da produção de gases de efeito estufa, junto com o Sistema de Plantio Direto, Recuperação de Pastagens Degradadas e Florestas Plantadas.

Sob a responsabilidade do agrônomo e mestre em sistemas de Plantio Direto e ILPF, Ronaldo Trecenti será promovida uma capacitação que contemplará a equipe técnica responsável posteriormente, pelo atendimento de assistência técnica aos participantes do projeto em Mato Grosso do Sul. “Nosso objetivo é esclarecer os participantes que a adoção dessas tecnologias colaboram para a sustentabilidade e competitividade do empreendimento rural, demonstrando também a viabilidade econômica para o produtor”, explica.

Questionado sobre as vantagens de se implantar o sistema agrossilvipastoril, Trecenti detalha: “A diversificação das atividades nas propriedades rurais vão da recuperação de solos degradados, rotação de culturas, bem estar animal até arborização das pastagens. É preciso ficar claro para os produtores que o ILPF é um investimento que requer mais tempo, porém, que resulta na melhoria progressiva da renda, além de contribuir expressivamente com a redução das emissões de gases de efeito estufa”, argumenta.

Investimento garantido – O interessado em implantar uma das tecnologias apresentadas pelo ABC Cerrado precisa se inscrever no projeto e participar de umas das capacitações oferecidas, com 56 horas/aula de duração. A meta do Senar/MS é prestar assistência técnica para 400 produtores rurais que se dedicam a atividade agropecuária no período de 18 meses.

O especialista revela que o investimento necessário para iniciar o sistema integrado deve variar de acordo com a tecnologia, região, infraestrutura disponível na propriedade, foco produtivo, entre outros fatores. “Estima-se um investimento que varia de R$5 mil a R$ 10 mil reais por hectare, sem considerar a aquisição de animais para terminação ou engorda. No entanto, é possível começar o sistema de Integração Lavoura Pecuária adicionando o componente agrícola na reforma de pastagens com um custo mais baixo e retorno rápido do investimento”, e acrescenta: “No ILPF, normalmente as receitas das lavouras (grãos e silagem) e da pecuária (carne e leite) cobrem os custos de implantação dos sistemas. Dessa forma, a receita com a colheita florestal que começa a partir do 12º ano será a receita líquida”, aponta Trecenti.

Outra consideração importante feita pelo profissional que irá preparar a equipe técnica do Senar/MS, no atendimento do projeto ABC Cerrado diz respeito ao período da colheita florestal. No caso do plantio com espaçamento menor e com uma população inicial de 400 a 600 árvores, o manejo bem feito possibilita que o primeiro desbaste seja antecipado para o 4º ou 5º ano, nos casos de utilização de madeira para tratamento de estacas e mourões. No segundo momento, a retirada poderá ser realizada no 7º ano para  indústria de energia e quando completar o 12º ano, o eucalipto poderá ser encaminhado para serraria. Isso significa mais valor agregado à produção de madeira e consequentemente, incremento na receita líquida da propriedade.

Informações adicionais – Mato Grosso do Sul foi um dos oito Estados brasileiros escolhidos para participar da primeira fase do projeto que tem a finalidade de contribuir com a redução da emissão dos gases de efeito estufa.  No último dia 30 de maio teve início a primeira etapa de capacitação dos produtores rurais que aderiram ao ABC Cerrado, totalizando oito turmas atendidas nos municípios de Campo Grande, Dourados, Inocência, Nioaque e Paranaíba.

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