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Site homenageia a cientista Johanna Döbereiner

Já está no ar um site criado pela Embrapa para contar um pouco da história de Johanna Döbereiner, uma das pioneiras da Empresa.


Já está no ar um site criado pela Embrapa para contar um pouco da história de Johanna Döbereiner, uma das pioneiras da Empresa. Na página, é possível encontrar fotos, notícias, ver os prêmios recebidos pela pesquisadora e conhecer mais sobre a sua produção científica. Uma das atrações são os depoimentos em vídeo de várias pessoas que com ela conviveram.

A pesquisadora Johanna Döbereiner é a homenageada da 13ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNTC), que nesta edição terá o tema "Ciência Alimentando o Brasil", em função de a Assembleia Geral das Nações Unidas ter proclamado 2016 como o Ano Internacional das Leguminosas (AIL).

De 17 a 23 de outubro, serão realizados eventos em todo o País com o objetivo de aproximar a Ciência e a Tecnologia da população, com uma linguagem acessível e por meios inovadores que estimulem a curiosidade e motivem a sociedade a discutir o tema. A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia é coordenada pelo Ministério de Ciência e Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e realizada nacionalmente desde 2004.

A trajetória de Johanna
Johanna Döbereiner nasceu em 1924, na Tchecoslováquia. Aos 20 anos, em meio aos horrores da Segunda Guerra Mundial e após o falecimento dos avós e da mãe, morta num campo de concentração, em Praga, foi convencida pelo pai, o químico Paul Kubelka, a cursar a Universidade de Munique. Em 1951, formou-se em Agronomia e imigrou para o Brasil.

Ao chegar ao nosso País, Johanna começou a trabalhar no Laboratório de Microbiologia de Solos do antigo DNPEA, do Ministério da Agricultura. Em 1957 era pesquisadora assistente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológi¬co (CNPq) e, em 1968, pesquisadora conferencista.

Entre 1963 e 1969, quando poucos cientistas acreditavam que a fixação biológica de nitrogênio (FBN) poderia competir com fertilizantes minerais, Johanna Döbereiner iniciou um programa de pesquisas sobre os aspectos limitantes da fixação biológica de nitrogênio (FBN) em leguminosas tropicais.

O programa brasileiro de melhoramento da soja, iniciado em 1964, foi influenciado – como tantas outras pesquisas nas regiões tropicais – pelos trabalhos de Johanna Döbereiner, tendo representado, na época, uma quebra de paradigma.

Totalmente baseado no processo de FBN, o programa brasileiro de melhora¬mento da soja desenvolveu-se no sentido inverso ao da orientação dos EUA, maior produtor mundial de soja, que elaborava tecnologias de produção apoiadas no uso intensivo de adubos nitrogenadas. Os estudos de Johanna permitiram que a fixação do nitrogênio pelas plantas fosse feita pela bactéria rhizobium. Dessa forma, a soja gerava seu próprio adubo.

Johanna Döbereiner e seus colegas descreveram mais de nove novas espécies de bactérias diazotróficas, fato inédito para o Brasil na área agrícola. Esse vigoroso grupo de pesquisa acabou se transformando em referência mundial, originando a atual Embrapa Agrobiologia (RJ).

A pesquisa exitosa de soja foi levada então para os cereais e gramíneas energéticas, como a cana-de-açúcar.  Hoje o Brasil se beneficia dessas bactérias que são inoculadas nas sementes a custo baixíssimo, para colonizar as raízes e, a partir da interação com a planta, reduzem o nitrogênio atmosférico e o entregam para a planta.

Só no caso da soja, se consideramos a área plantada no Brasil, a economia proporcionada pela não utilização de adubos nitrogenados fica em torno de 10 bilhões de dólares por ano, sem contar a redução dos gases de efeito estufa, por exemplo.

Johanna Döbereiner naturalizou-se brasileira em 1956. Morreu aos 75 anos, no dia 5 de outubro de 2000, em Seropédica, interior do Estado do Rio de Janeiro. Até seus últimos dias, permaneceu trabalhando no Laboratório de Gramíneas da Embrapa Agrobiologia, no prédio que hoje leva seu nome.

Seminário
Neste dia 19, no Rio de Janeiro, às 14h30min, MCTIC e Embrapa promovem o Seminário "O Legado de Johanna" no Museu de Astronomia - www.mast.br. Falarão Avílio Franco, pesquisador aposentado da Embrapa, onde atuou entre 1968 e 2004; Antonio Carlos de Souza Abboud, Professor do Departamento de Fitotecnia da UFRRJ e José Ivo Baldani, pesquisador da Embrapa Agrobiologia.

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