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Situação de emergência em MT

O fogo não para de deixar rastros de destruição no Estado. As pastagens do município de Peixoto de Azevedo são as áreas mais atingidas


O fogo não para de deixar rastros de destruição em Mato Grosso. Com a situação de Marcelândia parcialmente controlada, o sinal de alerta se direcionou ao município de Peixoto de Azevedo, localizado a 693 quilômetros de Cuiabá, na Amazônia mato-grossense. Já em estado de situação de emergência decretada, as pastagens do município são as áreas mais atingidas. De janeiro até ontem, Mato Grosso contabiliza 8.102 focos de calor.

A região mais crítica de Peixoto está localizada no Distrito de União do Norte – o maior projeto de assentamento rural da América Latina, que mantém assentadas três mil famílias. Distante a 80 quilômetros do perímetro urbano, o fogo já reduziu a cinzas 30 mil hectares de vegetação, uma área equivalente a 30 mil campos de futebol. Duas pontes que dão acesso ao local foram queimadas. No assentamento, as famílias sobrevivem da agricultura familiar e produzem leite, banana e abacaxi, que abastecem outras cidades de Mato Grosso.

O prefeito da cidade, Sinvaldo Santos Brito, não sabe o que fazer. “O fogo devastou praticamente tudo. Casas, currais para gado e a pastagem. O gado não tem mais o que comer”, desespera-se.

A produção leiteira de Peixoto de Azevedo é intensa. Antes do período crítico, o município efetuava coleta de 10 mil litros por dia de leite. Com o fogo avançando de forma cada vez mais descontrolada, a produção caiu 70%. Já a produção de banana, que registrava entre 12 mil a 13 mil cachos foi praticamente destruída.

Para conter os incêndios, dois aviões agrícolas enviados pelo governo do Estado apagaram as maiores frentes de fogo que avançam pela pastagem de forma avassaladora. Mais ainda existe muito a se fazer. Nas regiões de difícil acesso, o fogo predomina e a fumaça e fuligem já invadiram a cidade. Com um único hospital, que tem capacidade de internação de 66 pacientes, Peixoto viu aumentar em 50% os números de casos de intoxicação entre a população. “A demanda por atendimentos nesses casos aumentou muito”, confirma o prefeito.

Pelos dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, de janeiro até ontem, o município aparece na liderança de focos de calor. No período foram contabilizados 478. Na segunda colocação se encontra Paranatinga, com 245 focos e, em seguida, o município de São Félix do Araguaia, com 227 focos. A presença do homem em meio à pastagem seca em áreas de assentamento tem originado muitas queimadas em Mato Grosso. As reservas indígenas também têm tirado o sono dos órgãos ambientais do Estado. O fogo na cultura indígena é usado em rituais sagrados e na caça de animais selvagens. Sem controle, uma pequena fogueira se transforma, geralmente em grandes queimadas.

MARCELÂNDIA - Acumulado há décadas, o pó de cerra ainda queima e prejudica os moradores da cidade. Uma dessas montanhas de resíduo por pouco não colocou abaixo mais uma serraria no último domingo. O município já destinou área para descarte coletivo do resíduo que precisa de homologação da Secretaria Estadual de Meio Ambiente. Fazendas da região ainda apresentam focos de incêndio. Uma delas está na BR-080 e vai motivar envio de brigadistas para lá.

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