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SLC Agrícola deve investir em produção de álcool

Há estudos em andamento na empresa para aquisição de uma usina de álcool em SP


Dos R$ 292,3 milhões que a SLC Agrícola espera captar em recursos líquidos com a oferta primária de ações no mercado, em torno de R$ 204 milhões (70%) serão destinados a investimentos. No prospecto entregue à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa informa a intenção de aplicar os recursos em expansão da área cultivada e aquisição de máquinas e equipamentos. Mas, especula-se no mercado que há estudos em andamento na empresa para aquisição de uma usina de álcool no estado de São Paulo.

Os planos da SLC Agrícola parecem estar guardados a sete chaves, não revelados até mesmo a parceiros próximos da empresa há muitos anos. Um grande produtor de algodão em Mato Grosso, onde a SLC mantém parte de sua produção agrícola, afirmou ao jornal que desconhece essa intenção, e que só sabe, a partir de uma conversa com um dos sócios, que a empresa tem um programa de aumento de área plantada a longo prazo. Recentemente, a empresa teria adquirido uma propriedade de 10 mil hectares no sudoeste da Bahia. "O único projeto de bionergia em que a empresa está envolvida é o de uma usina de biodiesel em Mato Grosso, mas que é um projeto da associação de produtores de algodão do estado", diz o cotonicultor, que preferiu não se identificar.

Mas, segundo fontes do mercado, a empresa fez no ano passado um estudo interno sobre a viabilidade de aquisição de uma usina de álcool. O estudo teria reprovado o investimento, pois, em plena febre do etanol, os valores das companhias estariam superestimados, o que demandaria muito capital e longo prazo de retorno. No entanto, este ano, a empresa teria contratado uma conceituada consultoria de análise de risco para fazer um outro estudo sobre a viabilidade do negócio.

Para analistas, é muito improvável que uma empresa do porte da SLC não entre no mercado bioenergético. O grupo é considerado um dos maiores produtores agrícolas brasileiros com cultivo de 117 mil hectares na safra 2006/07, entre soja, milho e algodão, este último o carro-chefe da SLC Agrícola, que é o segundo maior produtor de algodão em pluma do Brasil. De janeiro a março deste ano, a empresa teve receita líquida de R$ 61,2 milhões, ante os R$ 39,4 milhões do mesmo período de 2006.

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