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Soja: estiagem no Sul pode comprometer safra 2011/12

Para o pesquisador da Embrapa Cerrados, o cenário de preços e produtividade ainda está indefinido


Os agricultores brasileiros colheram mais de 75 milhões de toneladas de soja no ano agrícola 2010-2011, o que representou uma safra recorde. As condições climáticas favoráveis proporcionaram essa produtividade, considerada a melhor da história. Por outro lado, segundo o pesquisador da Embrapa Cerrados, Sebastião Pedro, responsável pelo programa de soja da Unidade, o cenário de preços e produtividade a serem obtidos pelos produtores na safra 2011-2012 ainda está indefinido, apesar do aumento da área plantada e da crescente elevação do nível tecnológico das lavouras de soja em todo o país.


De acordo com levantamentos publicados em dezembro pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a área plantada de soja na safra 2011-2012 será de 24,350 milhões de hectares – 0,7% (169,2 mil hectares) superior à da safra 2010-2011. E a previsão para a produção de soja na safra 2011-2012 no Brasil indica um volume de 71,287 milhões de toneladas, que é 5,46% (4,038 milhões de toneladas) menor que a safra anterior.

Isso deve ocorrer especialmente por conta das condições climáticas ocasionadas pelo fenômeno “La Niña” que estão afetando algumas das regiões produtoras de soja mais importantes do Brasil. “Parte das regiões do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e Sudeste de Mato Grosso enfrenta longas estiagens desde os meses de novembro e dezembro, o que já está comprometendo o desenvolvimento e a expectativa de produtividade das lavouras”, afirma.


De acordo com o estudioso, ainda não é possível afirmar qual será ao certo o cenário de preços na colheita da safra 2011-2012. “Mas é prudente que o produtor se prepare para uma situação mais apertada e se ajuste desde já. É fundamental que ele fique de olho nas variações dos preços da soja e na negociação da próxima safra”, ressalta o pesquisador. Segundo ele, num momento de preços elevados os possíveis desarranjos estruturais e de gestão de cada propriedade puderam ser, em boa parte, compensados por um fluxo maior de receitas. “Com os preços da soja menores associados aos custos dos insumos maiores, tais problemas tendem a vir à tona”, alerta.

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