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Soja: Na reta final da safra, clima e pragas reduzem produtividade em MT

A cada semana que passa, saldo decepciona e aumenta prejuízos


A cada semana que passa, saldo deste ciclo decepciona e aumenta prejuízos

A colheita da soja ainda não terminou, em Mato Grosso, mas os produtores rurais já notam queda de produtividade na safra 2012/13. Segundo relatos, a queda na média da produtividade varia entre oito a 12 sacas de soja por hectare. “Nós esperávamos 60 sacas por hectare no município, mas a média foi de 50 sacas”, conta o delegado da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja/MT) de Primavera do Leste, Fernando Cadore. A baixa produtividade foi atribuída principalmente ao fator climático, como a estiagem na formação do grão e o excesso de chuva durante a colheita.


Mesmo enfrentando problemas deste o início deste ciclo, a projeção de produtividade e produção vinha sendo mantida por se acreditar que as lavouras mais tardias compensariam as perdas dos primeiros 30% da área colhida, até meados de fevereiro.

A estiagem no início do plantio e durante a formação do grão, além da presença da ferrugem asiática nas variedades precoces, impactou diretamente na produtividade nas regiões sul e norte. O diretor técnico da Aprosoja/MT, Nery Ribas, explica que a disponibilidade de água é importante, principalmente em dois períodos de desenvolvimento da soja: na germinação e na floração (enchimento de grãos). “A ausência de água expressiva durante esses processos provocam alterações fisiológicas na planta, como o fechamento estomático e o enrolamento de folhas e, como consequência, causam a queda prematura de folhas e de flores e abortamento de vagens, resultando, por fim, em redução do rendimento de grãos”, informou.

Na prática, a soja tem capacidade de suportar de oito a dez dias de seca sem danos à produtividade. Nery ressalta que a necessidade total de água na cultura da soja para obtenção do máximo rendimento varia de 450 a 800 mm por ciclo, dependendo da região, do manejo e da duração do ciclo.

O diretor financeiro da Aprosoja/MT, Antonio Galvan, explica que em Sinop (503 quilômetros ao norte de Cuiabá) também foi constatado o prolongamento de safra ou o não amadurecimento da soja. “Pela aparência das plantas esperávamos 55 sacas por hectare, em média, mas na hora de colher o grão não estava cheio. Não sei se vamos chegar à média esperada”, explicou. Devido à dificuldade de amadurecimento do grão, Galvan disse que ainda precisa colher 25% da lavoura.

Na região oeste, a média deve fechar entre 50 sacas por hectare, explica o vice-presidente da Aprosoja/MT na região, Alex Utida. “Toda soja que foi plantada depois do dia 28 de outubro teve em torno de 10 a 15 sacas a menos de produtividade”, relata.


A região leste, que ainda tem 40% da área para colher, enfrentou problemas com a estiagem em alguns municípios, e com a junção de altas temperaturas casou antecipação do amadurecimento da soja, alterando o processo de formação do grão, reduzindo assim a produtividade. “Precisamos de chuva, há mais de 13 dias que não chove em Nova Xavantina e isso impacta no rendimento do grão”, explica o vice-diretor da região, Gilmar Dell Osbell.

Na região norte, além desses problemas, também foi verificado a presença de lagartas na lavoura. Segundo produtores da região, a média foi de 48 sacas por hectare, duas sacas a menos que no ano passado. “Tivemos a presença de diversas lagartas que atacaram as lavouras”, comenta o 2º vice-presidente da Aprosoja/MT na região norte, Silvésio de Oliveira.

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