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Soja: Negócios só para entrega em agosto

"Fretes foram calculados com um valor e agora há que se pagar cerca de 28% a mais"


As cotações da soja tiveram nesta terça-feira (04.06) mais um dia de poucas variações, com o mercado físico brasileiro para entrega spot totalmente travado (junho e julho). Há apenas alguns negócios para agosto e setembro, pois ainda é grande a indefinição na questão dos preços dos fretes reajustados após a última greve dos caminhoneiros.

Segundo o analista Luiz Fernando Pacheco, da T&F Consultoria Agroeconômica, no Rio Grande do Sul há comprador somente para agosto no porto de Rio Grande, a R$ 87,60 FAS sobre rodas e somente posto no porto para não discutir fretes: "Quem tem soja no interior não está retirando, porque os fretes foram calculados com um valor e agora há que se pagar cerca de 28% a mais". 

“Para a safra 2018/19 vimos negócio para entrega em abril e pagamento final de maio no porto a R$ 88,70/sc. Para o produtor o preço que está sendo oferecido é de R$ 80,00/saca para a próxima safra (um preço excelente, com lucro ao redor de 43% e que provavelmente não existirá quando maio chegar)”, conta ele.
 
No Paraná, diz Pacheco, o trigo está sem preço há 10 dias, nem para o spot, nem para o futuro na maioria das praças, diante da incerteza sobre o frete: “Houve valores que estavam entre 10-12 reais/t e viraram R$ 36,00/t. Os compradores também não estão retirando, porque precisam reavaliar o frete (por volta das 21horas alguém nos perguntou se ouvimos que irão reduzir esta tabela, que não emplacou ainda, porque está muito alta)”. 

“Um grande problema muito comentado hoje no estado foi o frete de retorno: imagine pagar 100 reais de ida e ter que pagar 100 reais de retorno, se o caminhão não achar frete de volta. O custo, que era R$ 100,00/t, virou R$ 200,00, pelas novas exigências. Com isto, os fretes ficam reduzidos apenas a quem tem caminhões próprios. Só encontramos dois lotes negociados hoje no Sudoeste do PR para setembro, um a R$ 91,00/saca e outro a R$ 91,50/saca, pagamento 29/9 em Paranaguá, “CIF” (na verdade FAS, sobre rodas). No MS o pessoal não quer fazer nada – nem indústrias, nem Tradings, nem vendedores – até acertar a questão dos fretes”, conclui. 

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