Soja apresenta maior patamar em três anos em Chicago
A possibilidade da falta de chuvas no Meio Oeste dos EUA alavancou as cotações
A possibilidade de que a falta de chuvas afete o desenvolvimento de lavouras do Meio Oeste americano na semana passada alavancou as cotações da soja nessa sexta-feira (15-06) na bolsa de Chicago. Segundo cálculos do Valor Data, a alta levou os preços ao maior patamar em três anos no mercado.
Os contratos do grão com vencimento em julho subiram 19,75 centavos de dólar, e encerraram a sexta-feira a US$ 8,4725. Os futuros para novembro, por sua vez, fecharam a US$ 8,8075, em alta também de 19,75 centavos. Também registraram variações positivas o farelo e o óleo de soja.
"A apreensão do mercado com o clima seco, que motivou a valorização, teve um peso muito maior que um aguardado relatório que estimou área plantada maior que a esperada pelo USDA [Departamento de Agricultura dos Estados Unidos] para o país nesta temporada 2007/08, que é um fator baixista", observou Renato Sayeg, da Tetras Corretora.
O relatório em questão foi divulgado pela Informa Economics, que projetou uma área plantada de soja nos EUA em 2007/08 cerca de 2,5% superior à prevista pelo USDA. Se a Informa estiver correta, calculou Sayeg, a produção americana do grão poderá ser entre 1,8 milhão e 4 milhões de toneladas superior à calculada pelo USDA, dependendo da produtividade.
Neste ponto, aliás, outro fator curioso chama a atenção de Sayeg. Segundo o analista da Tetras, eventuais efeitos adversos provocados pelo clima seco na produtividade das lavouras normalmente estão tendo pouco destaque. "É mais um sinal do grande peso financeiro na bolsa, com a forte participação de fundos de investimentos", disse.
A preocupação climática também foi observada no mercado de milho em Chicago, que também sofreu a influência da soja para subir na sexta-feira. Os contratos com vencimento em julho fecharam a US$ 4,19 por bushel, em alta de 9,50 centavos de dólar, ao passo que setembro encerrou a sessão a US$ 4,26, com valorização de 8,50 centavos de dólar.
A Informa também divulgou para a área plantada dos EUA em 2007/08 um número maior que o do USDA - mas, neste caso, a diferença foi pequena, apenas 0,3%.