Soja aumenta perdas em Chicago
Macroeconomia lidera pessimismo, diante das piores baixas ‘intraday’ registradas no petróleo

O preço da soja na Bolsa de Cereais de Chicago (CBOT) registrou na segunda-feira (20.04) baixa de 6,00 pontos no contrato de Maio/20, fechando em US$ 8,265 por bushel. Os demais vencimentos em destaque da commodity na CBOT fecharam a sessão com desvalorizações entre 5,75 e 6,00 pontos.
Os principais contratos futuros abriram a semana com perdas no mercado norte-americano da oleaginosa pressionado por ajustes no petróleo, óleo de soja e farelo de soja. “O rendimento da colheita na América do Sul também pressionou as cotações. Por sua vez, as perspectivas climáticas pró-semeadura nos EUA para os próximos dias transmitiram tranqüilidade aos agricultores, mas também fizeram pressão sobre os preços”, aponta a T&F Consultoria Agroeconômica.
De acordo com a Consultoria ARC Mercosul, a semana começou com a macroeconomia liderando o movimento pessimista, diante das piores baixas ‘intraday’ registradas no setor do petróleo: “A demanda pelo líquido fóssil se deteriorou com a chegada dos efeitos negativos diante do COVID-19. O resultado do menor consumo por combustíveis tem causado sérios problemas de armazenamento após a extração do petróleo, uma vez que refinadoras não possuem capacidade técnica o suficiente para desacelerar o processamento ‘da noite para o dia’”.
A ARC vê que a extração diária de petróleo no globo está entre 20-30% superior a atual demanda diária pela commodity: “A queda nos preços forçará a adequação de toda a indústria. Já no Brasil, o ritmo de embarques da soja segue intenso. Na última semana, 3,54 milhões de toneladas foram embarcadas, e o ‘lineup’ para o mês de abril já supera os 15 milhões de toneladas, novo recorde mensal. A China tem sido a principal compradora, aproveitando a disponibilidade do grão brasileiro para repor estoques estratégicos”.