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Soja deve render só a metade este ano


Comerciantes temem que a safra, que rendeu R$ 600 milhões em 2004, fique pela metade este ano, por conta da atual cotação; para mercado imobiliário, quando a soja vai bem, representa de 30% a 35% dos negócios

Em abril de 2004 a saca da soja alcançou R$ 52, hoje está na metade; menos dinheiro no comércio

Fábio Cavazotti/Equipe O Diário

Os comerciantes maringaenses estão preocupados com a possível quebra da safra da soja este ano, que poderá resultar em diminuição significativa das vendas locais. O preço da saca da soja, abaixo de R$ 30 reais, é praticamente a metade do que vigorou durante a colheita de 2004. Além disso, os sojicultores temem que a estiagem reduza em até 40% a produtividade, caso perdure pelos próximos 10 dias.

“A queda é brutal. E abril de 2004, a saca da soja estava em R$ 52, hoje fica na metade disso. A soja rendeu R$ 600 milhões ano passado na região. Estima-se que a renda do setor alcance apenas R$ 300 milhões em 2005”, lamenta o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Maringá, Ariovaldo Costa Paulo. “Além disso, o agricultor está segurando o grão para vender mais tarde; isso deverá dar um reflexo ainda maior”.

De acordo com o presidente da Acim, o resultado disso é que, com menos dinheiro, ocorrem menos vendas, o que acaba se refletindo em toda a cadeia produtiva. “Ocorre redução na venda de carros, caminhonetes, tratores e outros implementos, além de produtos em geral. Com menos vendas, o dinheiro circula menos e comércio não pode expandir a contratação de novos funcionários”.

IMÓVEIS:

Ariovaldo Costa Paulo acredita que a situação pode melhorar no segundo semestre, quando os produtores começarem a desovar os estoques formados pela procura de melhores preços de venda.

Outro setor bastante afetado pelo desempenho da agricultura é o de imóveis. Nos dias 11 a 13 de março, o Secovi promove a 8ª Feira de Imóveis de Maringá, mas as perspectivas de vendas para os sojicultores é menor que em anos anteriores.

“O ano passado foi muito bom, estávamos com a cotação da soja em alta, e hoje caiu muito”, avalia o presidente do Secovi local, Nelson Ribeiro. “Quando a soja vai bem, representa de 30% a 35% do mercado imobiliário”.

Apesar do cenário negativo que está se desenhando, Ribeiro acredita que as coisas possam melhorar. “Acho um pouco cedo para falar em termos definitivos, é claro que vai haver alguma queda, mas talvez não seja tudo isso que estamos pensando. Vamos pedir a Deus para que o agricultor se recupere de todo este medo que está tendo”.

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