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Soja precoce antecipa safra de Goiás e Minas Gerais

Produtores estão esquecendo das últimas duas temporadas de seca


A colheita das lavouras de soja precoce está ditando o tom da atual safra em Goiás e Minas Gerais. Com desempenho médio acima das 60 sacas por hectare na variedade de 90 a 115 dias de ciclo, as produções goiana e mineira caminham para uma temporada de renascimento após dois anos de seca e baixa produtividade, verificou a Expedição Safra Gazeta do Povo. Nas últimas duas semanas, a equipe do projeto percorreu 5 mil quilômetros pelas regiões mais férteis dos dois estados.

O plantio com pouca água no solo e o risco da semente não vigorar trouxeram apreensão entre os produtores. O setor temia a reprise da estiagem rigorosa das últimas temporadas, com o adicional do aumento do custo de produção por conta da alta do diesel e dos insumos. Porém, com praticamente 15% da área colhida, o cenário em Goiás e Minas é positivo, com o painel das colheitadeiras marcando produtividade dentro da média histórica.

“O medo era nas primeiras sojas. Mas estamos tendo uma safra normal para região. Daqui para frente é mais tranquilo”, destaca Ricardo Bonacin Pires, da Núcleo Agrícola, sediada em Rio Verde, no Goiás. ”O visual da soja que está no campo está muito bom para o restante da safra que precisa ser colhida”, ratifica José Wilson Vilela, gerente da Coopercitrus, em Itumbiara, também no estado goiano.

A atual safra colabora para o produtor Silvio Wegener esqueça a temporada passada, quando 30 dias de sol na fase de floração prejudicaram o desenvolvimento da oleaginosa. Com 900 hectares do total de 1,6 mil colhidos, o gaúcho de Panambi, radicado há 33 em Rio Verde, registra média de 66 sacas/ha.

“Ano passado fiquei com média de 44 sacas por hectare. Esse ano o clima ajudou e a colheita está normal, permitindo inclusive o bom planejamento do milho safrinha”, comemora Wegener.

Na propriedade de 26 mil hectares de Humberto Guimarães Cardoso, em Tupaciguara, no Triângulo Mineiro, a colheita também está próxima da média de 60 sacas/ha nas lavouras precoces. O produtor começou a apostar na variedade de ciclo curto há quatro anos, para abrir a possibilidade do milho no inverno.

“Até pouco tempo, não existia milho safrinha por aqui. Alguns produtores arriscaram variedades precoces na soja para permitir essa mudança. Foi uma mudança cultura que não tem mais volta e está dando certo”, diz Cardoso, que na safra passada registrou média de 48 sacas por hectare. “Ano passado foi horrível. Há anos não produzia tão mal.”

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