CI

Soja rende lucro de 17,79% no Sul

Principal fator baixista presente no mercado é a oscilação do Dólar, além da guerra comercial EUA/China


Nos três estados da Região Sul do Brasil, os preços ao redor de R$ 75,00 pagos pela saca de 60 quilos de soja produzem um lucro 17,79% em relação aos custos de produção do Deral (Departamento de Economia Rural do Paraná), feitos sobre uma produtividade de 55 sacas/hectare. É o que aponta a T&F Consultoria Agroeconômica.

“Nossa recomendação, assim, é colocar uma meta de lucratividade para sua atividade”, resume o analista da T&F Luiz Fernando Pacheco. De acordo com o especialista, o principal fator baixista presente no mercado é a oscilação do Dólar norte-americano, que está caindo em relação ao Real no Brasil. 

“Nesta semana caiu 2,9%, o que não é pouco. As próximas oscilações irão depender mais da reação da oposição do que do governo. Se elas ficarem amortecidas, como parecem estar agora e o governo conseguir implantar as reformas o dólar cairá”, comenta Pacheco.

Em segundo lugar, lembra ele, pressiona a soja o acordo China/Estados Unidos, que está “longe de um acerto”: “Segundo especialistas que acompanham as reuniões, é bem mais a amplo do que simplesmente comprar ou não soja americana. O último passo foi que a China se comprometeu a comprar 5MT (ela poderia comprar bem mais), mas ainda não colocou os pedidos e isto não fez o acordo avançar. A China está dando um baile de negociação nos EUA”.

Por fim, o analista da T&F aponta os grandes estoques de soja nos EUA como fator relevante de baixa para as cotações da oleaginosa. “Pela primeira vez, em 2018, plantaram uma área maior de soja do que de milho, mas não tiveram escoamento para toda a safra produzida por conta da disputa com a China”, conclui.

FATORES DE ALTA

Analistas particulares estão rebaixando, pela segunda vez, as suas projeções de produção de soja no Brasil. A média inicial era de 121MT, depois passou para 116MT e agora está em 112MT. Já na Argentina, relatório da Agritrend recebido hoje estima uma produção de 53,8MT, cerca de 52% a maios do que os 35MT do ano passado, quando o país sofreu pesada seca.

Ainda de acordo com a T&F, a entrada da janela brasileira de fornecimento para o mercado internacional pode elevar as cotações. “Tradicionalmente o período de janeiro-julho no mercado internacional é ocupado pelo Brasil, com a consequente elevação dos prêmios. Os prêmios nos portos brasieliros para a safra 2018/19 começaram com + 60cents/bushel em setembro, para os embarques de maio, depois caíram para 35 em dezembro e agora estão novamente entre 52 e 62”, finaliza Pacheco.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.