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Soja sofre com clima no RS

Clima está no alvo da produção brasileira de grãos e consumo fica sensível aos possíveis cortes na oferta


Foto: Marcel Oliveira

Soja sofre com clima no RS e expectativa de produção do milho safrinha reduz após corte na área plantada em MG; consumo doméstico e exportações podem ser impactados

Novos cortes estimados para o milho safrinha e a soja brasileira na safra 2019/2020 alertam para o volume disponível e os possíveis impactos de estoques mais enxutos em meio aos desdobramentos do Coronavírus ao redor do mundo.

Segundo revisão de abril da estimativa de safra calculada pela INTL FCStone, a queda na produção gaúcha - agora estimada em 12,14 milhões de toneladas, recuo de aproximadamente 5 milhões de toneladas em relação ao número de março - puxa a produção brasileira e as exportações para baixo.

Esse novo contexto coloca o Brasil em patamar produtivo de 120,1 milhões de toneladas de soja, uma queda de 4,08 milhões de toneladas em relação ao número estimado anteriormente, e as exportações em 71 milhões de toneladas, retração de 4 milhões de toneladas em relação ao número anterior.

"Esse ajuste é fruto de uma queda no rendimento no Rio Grande do Sul, que passou de 2,88 para 2,04 toneladas por hectare, devido às chuvas irregulares e escassas, aliadas a temperaturas elevadas, que prejudicaram fortemente o desenvolvimento da soja em muitas áreas. Caso se confirme, essa produção configurará o menor nível do estado desde a safra 2011/12", divulgou a INTL FCStone nesta quarta-feira (01).

Apesar disso, leves aumentos são esperados na estimativa de oleaginosa para estados como Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Piauí e Maranhão, que impediram um recuo ainda maior da produção nacional. No Mato Grosso, a expectativa é de recorde, com 34,5 milhões de toneladas de soja.

O milho mantém uma estimativa de produção total praticamente estável, em 101,09 milhões de toneladas, considerando leve aumento no ciclo de verão combinado à queda projetada para a safrinha (de acordo com a INTL FCStone), além de 1,16 milhão de toneladas estimados pela Conab para a terceira safra.

Os ajustes da INTL FCStone em relação à primeira safra do cereal, agora em 26,02 milhões de toneladas (alta de 1,4% em relação ao número de março), vieram motivados pelas perspectivas de melhores produtividades na região do MATOPIBA, com destaque para os estados de Maranhão e Piauí. 

Já na safrinha, a queda da produção veio em reposta à perspectiva de uma menor área plantada, principalmente em Minas Gerais. A produção total neste ciclo deve se consolidar 73,9 milhões de toneladas, volume 1% acima do produzido na temporada anterior.

"Essa área menor em Minas Gerais se refletiu no pequeno corte, de 0,5%, para o total nacional, que ficou em 13,24 milhões de hectares. Para o Centro-Oeste, principal região produtora da segunda safra do grão, o clima é acompanhado de perto", ponderou a INTL FCStone, em relatório.

As chuvas das últimas semanas foram bem-vindas na região, mas as precipitações precisam ir de encontro às previsões em abril, para garantir as expectativas atuais de um rendimento médio para o Brasil em 5,58 toneladas por hectare, segundo análise do grupo.

Os estoques finais da safra 2019/20 de milho continuam estimados ao redor de 9 milhões de toneladas.

As perspectivas de um menor volume disponível no mercado doméstico permanecem, após o forte consumo (interno e para exportações) em 2019.
 

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