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Soja tem boa produtividade no início da colheita no Mato Grosso


Os rendimentos da colheita inicial de soja do Matro Grosso, maior produtor do país, estão bons e dentro das expectativas, afirmaram produtores nesta quarta-feira (19-01).

"(O clima) tem estado seco (na maior parte), o que é ideal para a colheita em Lucas", disse o agrônomo Gilmar Iauer, do Grupo Guerino Ferrarin, um dos maiores produtores de soja em Lucas do Rio Verde. "Estamos registrando rendimentos muito bons, de cerca de 3,5 toneladas por hectare."

Lucas do Rio Verde, no centro-norte do Mato Grosso, geralmente é uma das primeiras áreas do país a iniciar a colheita. Iauer afirmou que o Grupo Guerino Ferrarin começou a atividade no dia 10 de janeiro e colheu cerca de 5 por cento dos 30 mil hectares de soja que estão sob seu controle.

Nesta mesma época em 2004, produtores estavam com um rendimento de apenas 3 toneladas por hectare devido a problemas relacionados ao excesso de chuvas e à ferrugem asiática, afirmou Iauer.

Produtores não puderam borrifar fungicida contra a ferrugem devido à quase um mês de chuvas diárias na região em 2004.

"A ferrugem não tem sido um problema nesta colheita. O clima está ensolarado", ele disse.

Em Sorriso, maior cidade produtora de soja do país e que está no centro-norte do Mato Grosso, a colheita já começou, apesar de atingir apenas cerca de um por cento dos 600 mil hectares de soja do município, afirmou Renato Loffe, um pequeno produtor e ex-secretário de Agricultura da cidade.

"Estamos conseguindo cerca de 56 sacas (60-kg), ou 3,36 toneladas, por hectare, o que está dentro de nossas expectativas ou acima delas", afirmou Loffe. "Temos um bom clima, e a colheita realmente irá acelerar em fevereiro."

Loffe também disse que a ferrugem estava sob controle este ano e que a doença não era causa de perda para a produção, como aconteceu em 2004.

A Embrapa estimou que o Brasil perdeu 4,5 milhões de toneladas devido à doença na temporada anterior, a maioria no Mato Grosso.

As fazendas Stefanelo, que administram cerca de 14 mil hectares em Campo Novo do Parecis, no oeste do Mato Grosso, apontaram que a colheita começou na terça-feira. As propriedades não tinham uma estimativa dos rendimentos iniciais, mas disseram que o clima estava favorável para a atividade.

Analistas da Agência Rural afirmaram que produtores e especialistas classificaram a safra atual de soja em 8,5 --em uma escala de 1 a 10-- em relação às condições das lavouras, em uma pesquisa recente do setor.

"Chuvas no Rio Grande do Sul, que caíram sobre o Estado na semana passada, chegaram em tempo para evitar qualquer perda nos rendimentos. A maioria, talvez 75 por cento da safra de lá, ainda está no estado vegetativo", afirmou o analista da Agência Rural, Fernando Muraro.

"Se o clima ficar bom em fevereiro, o Brasil terá uma colheita de acordo com as estimativas", ele disse.

Ele acrescentou que as lavouras no Paraná e no Mato Grosso do Sul estão com um bom volume e devem começar a ser colhidas nas próximas duas semanas. Grande parte das lavouras destas regiões está na fase de formação de grãos ou de maturação nos campos.

Mas ele advertiu que ainda há possibilidades de problemas com ferrugem no sul do Mato Grosso, onde a safra matura mais tarde que no norte e no oste do Estado, se começar a chover com mais frequência a partir de agora.

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