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Soja transgênica já não atrai agricultores gaúchos


Os agricultores gaúchos começam a demonstrar desinteresse pela soja transgênica. É o que mostram os dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) referentes ao número de produtores que deverão entregar o Termo de Compromisso, Responsabilidade e Ajustamento de Conduta (Tarc), obrigatório para quem vai plantar o grão geneticamente modificado. Em vez do esperado aumento de 22% para 2005, já se prevê uma queda de até 27%.

A soja transgênica do Rio Grande do Sul tem apresentado produtividade inferior à soja convencional produzida no Paraná. Enquanto os gaúchos alcançam uma produtividade de 90 sacas (de 60 kg) por alqueire, os agricultores paranaenses registrarão na atual safra, em média, 121 sacas/alqueire, o melhor resultado do país, junto com o Mato Grosso.

Na safra 2003/2004, cerca de 82 mil produtores gaúchos plantaram soja transgênica e entregaram o Tarc. Conforme explicou José Euclides Vieira Severo, diretor-técnico da Delegacia Regional do Rio Grande do Sul, do Ministério da Agricultura, para a safra atual (2004/2005) esperava-se um total de 100 mil agricultores, quantidade que certamente não será alcançada.

O prazo para a entrega do Tarc termina no dia 31 deste mês e, até esta semana, apenas 16 mil produtores tinham declarado que vão produzir soja geneticamente modificada. Nos últimos dez dias, segundo divulgou nesta terça-feira (04) o jornal Correio do Povo, de Porto Alegre, foram entregues apenas 5,5 mil declarações.

Com a baixa adesão, até o momento, o Ministério da Agricultura reduziu a estimativa para os mesmos 82 mil agricultores da safra passada. No entanto, a regional gaúcha do Mapa já trabalha com a hipótese de no máximo 60 mil entregarem o termo de produção de soja transgênica, o que equivale a 27% a menos que o número de produtores que entregaram o termo no ano passado.

Não bastasse a produtividade da soja transgênica gaúcha ser inferior à da soja convencional paranaense, os custos de produção também não vêm compensando. De acordo com José Severo, ao mesmo tempo que o preço da soja no mercado internacional acumula quedas, as despesas com produção continuam elevadas. “Isso tem obrigado alguns produtores a mudarem de cultura e partirem para o trigo, por exemplo”, relatou.

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