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Soja trouxe impulso para região Centro-Oeste

PIB da região central do país quadruplicou depois da introdução da cultura


PIB da região central do país quadruplicou depois da introdução da cultura da soja nos estados
A importância econômica e social que a cultura da soja trouxe para a região Centro-Oeste, com destaque para o estado de Mato Grosso, foi a tônica de todos os discursos proferidos na noite desta segunda (11) na abertura do VI Congresso Brasileiro de Soja, que ocorre em Cuiabá, no Centro de Eventos Pantanal, até quinta (14). O evento, que foi prestigiado por cerca de 2 mil pessoas, reúne produtores, técnicos, profissionais, pesquisadores e estudantes de todas as regiões do país. A realização é da Embrapa Soja e este ano a correalização é da Aprosoja.

O chefe-geral da Embrapa Soja, Alexandre Cattelan, ressaltou em seu discurso que, para a Embrapa, realizar o Congresso em Mato Grosso, maior produtor da oleaginosa do país, é uma maneira de reconhecer a relevância que o estado tem dentro do cenário agrícola do país. “Nós, da Embrapa, assistimos e participamos ativamente da transformação do cerrado brasileiro e sabemos da importância que a soja tem para a economia e desenvolvimento da região central do país”.

Carlos Fávaro, presidente da Aprosoja, elencou dois momentos fundamentais na história do desenvolvimento do Centro-Oeste brasileiro: a construção de Brasília, em 1960, e a introdução da cultura da soja na região, na década de 80. “O Centro-Oeste representava menos de 1% do PIB nacional na época da inauguração de Brasília.
Em 2010, depois de Brasília e da chegada da soja, nosso PIB quadruplicou. Vale destacar que o sucesso da soja na região só foi possível graças a inauguração da Embrapa, em 1973, e a construção de algumas importantes rodovias federais, tais como, as BRs-163, 364, 070, que proporcionaram a colonização e ocupação de regiões antes desabitadas”, relembrou Fávaro.

A integração por si só não faria sentido se não fosse o modelo de desenvolvimento que a cultura da soja trouxe para a região. Para cada um emprego gerado no campo, mais de 10 são gerados indiretamente e de forma induzida na cidade, movimentando a economia e estimulando o desenvolvimento das cidades.

O crescimento das cidades e a melhoria do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de vários municípios de Mato Grosso, tais como Sorriso, Campo Verde, Sinop, Lucas do Rio Verde, de Goiás, como, por exemplo, Jataí, e de Mato Grosso do Sul, como Chapadão do Sul, comprovam isto.

“O Brasil se tornou exemplo de que é possível conciliar desenvolvimento com produção de alimentos, sem deixar de lado a preocupação com a preservação.

E a introdução de tecnologias e melhorias de gestão propiciou um ganho de 100% na produtividade das lavouras nos últimos 30 anos, permitindo que poupássemos 11 milhões de hectares, só no Centro-Oeste”, destacou o presidente da Aprosoja.

O governador Silval Barbosa reconheceu a importância que o setor trouxe para o desenvolvimento de Mato Grosso. “Se atualmente temos um índice de crescimento econômico superior á média nacional temos que reconhecer a contribuição fundamental da soja e das demais culturas para isto, produzindo oportunidades para todos”.

O desafio agora, segundo Carlos Fávaro, é a industrialização da produção e a viabilização dos projetos de logística para a região, em especial Mato Grosso, maior produtor de grãos do país. “O marco que possibilitará entrarmos na terceira era de desenvolvimento passa necessariamente pela melhoria das vias de escoamento da produção agrícola”, complementou o presidente da Aprosoja, que exemplificou as obras da Ferronorte, até Rondonópolis, da FICO, até Água Boa e depois até Lucas do Rio Verde, da hidrovia do Juruena-Teles Pires-Tapajós e a conclusão das rodovias BR-163, até Santarém (PA), da BR-158 e da BR-080, como sendo prioritárias para o estado.

O governador se comprometeu em trabalhar para viabilizar os pleitos de logística e considera que infraestrutura, ao lado da legislação ambiental, são os dois pontos fundamentais para que o estado avance ainda mais. “Já conseguimos um passo, que foi a aprovação do novo Código Florestal e posteriormente a sanção da presidente, agora, o desafio é conseguirmos avançar na questão da logística e estamos empenhados nisto”, disse Silval Barbosa.
 
CONGRESSO – A palestra de abertura do Congresso foi proferida pelo secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), Erikson Camargo Chandoha. O evento seguiu nessa terça com várias palestras sobre tendências do mercado de sementes, biotecnologia, nematoides, agroenergia, usos especiais para soja. Confira a programação completa no endereço www.cbsoja.com.br

O Congresso vai colocar na agenda agrícola nacional os principais temas do setor e proporcionar integração entre os agentes da cadeia produtiva, com foco no desenvolvimento sustentável. “O Congresso vai levantar uma diversidade de questões envolvendo o sistema produtivo da soja, desde planejamento da cultura e mercado de sementes, abordando aspectos da produção, armazenagem, aos usos industriais do grão. O mercado de soja, na conjuntura nacional e internacional também será analisado em detalhes, visando discutir oportunidades e ameaças na cadeia produtiva da soja”, destacou o presidente da Comissão Organizadora, Ricardo Abdelnoor.

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