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Sojicultores brasileiros ganham com proibição da Argentina

A soja brasileira ganha competitividade com o aumento do imposto sobre as exportações na Argentina


A soja brasileira ganha competitividade com o aumento do imposto sobre as exportações na Argentina, que é o terceiro maior produtor, atrás do Brasil (2.º) e dos Estados Unidos (1.º). No entanto, o real valorizado diante do dólar e o custo de produção bem acima do verificado no país vizinho ainda mantêm o produto nacional em desvantagem, analisa Seneri Paluto, da AgRural.

Os sojicultores brasileiros já gastavam menos em impostos que os argentinos nas exportações. “A soja sai do Brasil pagando menos de 3%, enquanto a argentina paga sete vezes mais.” Essa diferença deve aumentar para nove vezes. Terceiro país em produção, a Argentina lidera as exportações de farelo e óleo de soja.

Por outro lado, a desvantagem em relação ao câmbio é bem mais expressiva. O dólar cotado a R$ 2,15 e a 2,90 pesos reduz a renda do produtor brasileiro. A cotação é uma das principais preocupações do setor, que prevê safra recorde mas renda 3% inferior à de 2006, redução igual à verificada em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) agropecuário de 2005.

Outro fator com mais peso que os impostos sobre a exportação de soja e derivados é o custo de produção. Nas regiões que mais produzem soja na Argentina, gasta-se cerca de US$ 200 por hectare. No Brasil, a região que mais produz, o Centro-Oeste, desembolsa US$ 450/ha. No Paraná, o custo chega a US$ 350/ha.

Os reflexos do aumento de impostos pelo governo de Néstor Kirchner são considerados certos, mas pouco precisos. A elevação nas cotações internacionais verificada nesta sexta-feira dificulta as avaliações técnicas. Na Bolsa de Chicago, as altas chegaram perto do máximo permitido para a soja e atingiram o limite para o milho. A soja (US$ 7,01/bushel) aumentou 9,25 centavos de dólar e o milho (US$ 3,94) subiu 17,5 centavos na cotação para julho de 2007, nos preços de fechamento. As altas verificadas no Brasil foram atribuídas a Chicago pelos principais sites brasileiros de consultoria agrícola. O reflexo das medidas argentinas deverá ser quantificado a partir da próxima semana, com a retomada das exportações no país vizinho.

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