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Sorriso: mais sojicultores passam a reduzir empréstimos para plantio

Neste ano, 35% da safra de 2011/12 foi comprada à vista


Com a produtividade crescente, os sojicultores de Mato Grosso estão se capitalizando e passando a custear a própria safra. Neste ano, 35% da safra de soja 2011/12 foi comprada à vista. Depois da desvalorização do grão, registradas na safra 2004/05, que deixou muitos produtores endividados, o setor voltou a produzir bem e a comercializar a soja com bons preços, principalmente ao mercado externo. A commodity só voltou a reagir em 2008, quando 22% da safra era bancada pelo próprio produtor.


O sojicultor sorrisense, que produz desde 1987, Milton Cella, planta hoje cerca de 70% à vista, mas este número já foi muito inferior. O produtor conseguiu se manter neste patamar depois que quitou alguns maquinários, que garantiu mais rentabilidade da produção. Para ele, a principal dificuldade de financiar a safra não são os juros, mas sim a burocracia. Cella explica que as maiores exigências continuam sendo as multinacionais, que até pouco tempo dominavam o segmento de financiamento.

Esta burocracia reflete nos números apresentados por uma pesquisa do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), sendo que na safra 2008/09, cerca de 50% da safra havia sido custeada pelas multinacionais, em 2009/10, o número baixou para 35%. No ano passado, a porcentagem reduziu para 25%, e neste ano o índice fechou em 18%. Aproveitando a queda brusca das multinacionais, as revendas surgiram com tudo. Hoje, elas financiam 25%, dos 65% das lavouras de soja de Mato Grosso. No ano passado, o índice fixou em 20%. Para o analista de mercado do Imea, Cleber Noronha, a negociação com as revendas são mais flexíveis, uma vez que elas já conhecem o produtor e aceitam fazer a troca de produtos. "Se o produtor não tiver dinheiro para pagar os adubos, agrotóxicos, por exemplo, ele pode pagar em sacas de soja, tipo de negociação que as multinacionais não aceitam".


Depois da revenda, e das multinacionais, o terceiro maior financiador neste ano são os sistemas financeiros, que são os bancos privados nacionais e internacionais, que correspondem a 12%. Depois vêm as instituições federais, sendo o Banco do Brasil - que é um dos maiores fornecedores de crédito rural, e a Cooperativa de Crédito Sicredi. Os dois somam 10% de todo o financiamento da soja 2011/12.

No ano passado, os sistemas financeiros também ocupavam 12% já os bancos federais apenas 8%.

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