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SP: trabalho da Coordenadoria de Defesa Agropecuária reduziu riscos sanitários no Estado

Estado de São Paulo está recolhendo aproximadamente 420 toneladas de agrotóxicos obsoletos


Estado de São Paulo está recolhendo aproximadamente 420 toneladas de agrotóxicos obsoletos

Eliminar e reduzir os riscos sanitários agropecuários no Estado de São Paulo. Foi com esse enfoque que a Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) atuou em 2016, com atenção especial para adequar o Serviço Paulista de Inspeção de Produtos (Sisp) de origem animal às novas normas do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi).

De acordo com o coordenador Fernando Gomes Buchala, o rigor na fiscalização, por meio de novos modelos de auditorias, em parceria com a Associação dos Estabelecimentos com Sisp (Assesisp) “será uma ferramenta de melhoria para o agronegócio do Estado de São Paulo”, disse.

Para reforçar o conceito do Selo Produto de São Paulo, que faz parte do Sistema de Qualidade de Produtos Agrícolas, Pecuários e Agroindustriais, para garantir e certificar qualidade dos produtos paulistas ao consumidor, aumentando a competitividade do agronegócio paulista nos mercados interno e externo, e revisar a legislação para intensificar a fiscalização na produção artesanal de alimentos para melhorar as normas vigentes e otimizar a comercialização, a CDA, em parceria com o Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital) e a Assesisp, promoveu o 1° Seminário de Produtos de Origem Animal, em Campinas.

Além desse encontro, a CDA certificou a fábrica de laticínios no Campus da Universidade de São Paulo (Usp) “Fernando Costa”, em Pirassununga, com o registro no Sisp. O documento permitirá que no local sejam produzidos 1.500 litros de leite diariamente com a marca Laticínio USP. Serão fabricados doce de leite, iogurtes integrais com sabor de frutas e de leite de cabra; leite pasteurizado integral e desnatado e os queijos de coalho, de cabra frescal condimentado, de cabra frescal, minas frescal, padrão, mussarela de búfala, mussarela e prato.

O coordenador da CDA ressaltou que o Estado tem atualmente 600 empresas com registro no Sisp, além de outras migrando para este sistema. “O processo de adesão está em andamento e as empresas mobilizadas para se adequarem antecipadamente para as regras que vierem com a adesão. Foi implantado um projeto-piloto com empresas do ramo de laticínios para que todos os elos da cadeia possam se adequar às regras. Vários treinamentos foram realizados junto ao Serviço de Inspeção Federal (SIF/Mapa) para capacitação dos médicos veterinários oficiais, além de cursos e palestras”, comentou.

“Estamos reformulando a legislação que diz respeito à agroindústria artesanal, para facilitar, desburocratizar, e fazer com que esse empreendedor tenha ainda mais oportunidades de geração de renda e produtividade, como nos determina o governador Geraldo Alckmin”, disse Arnaldo Jardim.

Controle

Uma das situações emergenciais ocorridas no Estado que a CDA está trabalhando foi a questão que envolve o pequeno besouro da espécie Aethina túmida, que está atacando os apiários paulistas. Foram realizadas 195 inspeções em apiários, com 5.842 colmeias existentes e destas 2.513 foram vistoriadas pelas equipes da Defesa. “Tivemos uma nova praga neste ano, só detectada no Estado de São Paulo e que envolveu uma atenção especial do ponto de vista de cadastrar, diagnosticar, inspecionar e fazer o levantamento de foco. É uma atividade totalmente diferente que precisa de treinamento próprio e pessoas preparadas, por isso deslocamos grande parte dos nossos contingentes de médicos veterinários para atender esse programa”, disse Buchala.

Outra ação importante foi a desinterdição do consumo e comércio de moluscos bivalves no Estado de São Paulo pelo Centro de Vigilância Sanitária, após os resultados de análises solicitadas pela CDA confirmarem que não há mais o risco de contaminação desses animais pela chamada Maré Vermelha.

A interdição cautelar estava em vigor desde o dia 13 de julho e proibia o comércio e consumo de moluscos bivalves, como ostras, mexilhões, mariscos e berbigões produzidos no Estado e provenientes de Santa Catarina e Paraná. A medida foi adotada após a confirmação de um evento inédito na costa paulista, popularmente conhecido como Maré Vermelha, que compromete a qualidade desses animais para o consumo humano e é ocasionada pela alta concentração de microrganismos protistas dinoflagelados na água do mar.

Vacinação no rebanho

O ano de 2016 também foi marcado pelas ações importantes e de enormes demandas como a manutenção do status sanitários do Estado com relação à febre aftosa, o controle da brucelose, tuberculose e raiva. “Com relação à enfermidade mormo dos equídeos, o Estado apresentava 26 focos e já conseguimos encerrar 19 deles com diagnóstico laboratorial”, disse Buchala.

Houve ainda a certificação concedida pela Comissão Científica da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) para Enfermidades dos Animais do Estado como área livre de peste suína clássica sem vacinação, o que pode abrir novos mercados e aumentar a exportação do setor.

Sanidade vegetal

A CDA intensificou a fiscalização sobre os defensivos agrícolas. “Estamos iniciando a queima dos agroquímicos obsoletos (cuja fabricação, comercialização e utilização estão proibidas por Lei no Brasil, mas que ainda estão armazenados pelos produtores rurais paulistas), estamos também encaminhando para a Assembleia Legislativa um projeto de lei com a regulamentação da fiscalização por parte da Defesa Agropecuária totalmente voltada à questão agrícola e preparamos o sistema informatizado Gedave para fazer o controle dos agrotóxicos desde a indústria, passando pelo distribuidor, revenda, produtor até o retorno da embalagem nas Casas de Embalagens”, disse Buchala.

O Estado de São Paulo está recolhendo aproximadamente 420 toneladas de agrotóxicos obsoletos, sendo em sua grande maioria o BHC, de uso proibido desde a década de 80.

Outra conquista de 2016, de acordo com o coordenador, foi a mudança na legislação para o controle do cancro cítrico em propriedades paulistas. Trata-se da Instrução Normativa 37, publicada pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no dia 5 de setembro, que estabelece medidas para o controle do cancro cítrico em todo o Brasil, abrindo a possibilidade para Estados com a incidência da praga, como São Paulo, fazerem a mitigação de risco, permitindo adotar novas estratégias de controle que não seja exclusivamente a erradicação da planta doente.

“A Defesa Agropecuária deixará de ser executora no processo de fiscalização para ser auditora, dividindo com o setor a responsabilidade de controlar a praga. Para isso, é preciso monitorar cada etapa, desde a produção, passando pelo Packing House, a certificação da produção por profissionais credenciados, até chegar nas auditorias da Defesa e do Mapa”, disse Buchala.

Para que todos os citricultores tivessem acesso à informação sobre o Sistema de Mitigação de Risco (SMR), adotado por São Paulo, foram organizados: um treinamento, um seminário internacional e três workshops regionais - reunindo citricultores, técnicos agrícolas, responsáveis técnicos e demais representantes do setor.

Dados do relatório de inspeção do greening, referente ao primeiro semestre, mostram que no Estado estão cadastradas 10.320 propriedades citrícolas e que o parque citrícola é composto por 180,2 milhões de plantas cítricas.

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