Liderança rural trabalha a favor de soluções pacíficas e é absolutamente contra qualquer tipo de conflito armado no campo. MP das terras invadidas é mantida.
A Sociedade Rural Brasileira (SRB) - www.srb.org.br - defende o diálogo e soluções pacíficas para as questões que envolvem a reforma agrária no País. E condena qualquer ação que leve violência ao campo.
"Não compactuamos com qualquer iniciativa que pregue a utilização da força", diz o presidente da SRB, João de Almeida Sampaio Filho.
"E isso se aplica, tanto a invasões de terras, ocupação e depredação de patrimônios públicos, quanto a formação de mílicias para defesa de propriedades", acrescenta.
Segundo o presidente da SRB, para qualquer efeito, a questão agrária precisa ser tratada de modo ordeiro, pacífico e dentro da lei.
"Nenhuma ato que leve ao conflito armado deve ser admitido, seja de qualquer lado. As soluções passam pelos mecanismos de ajustes previstos em lei", ressalta João Sampaio.
É dentro desta linha de trabalho, que a SRB, luta pela manutenção, por via legal, da MP que indisponibiliza as terras invadidas para reforma agrária. E articula uma reunião com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto.
"Nós temos sugestões e contribuições a dar sobre a reforma agrária e queremos apresentá-las ao ministro", completa o presidente da SRB.
Revogação da MP pode desestabilizar o campo
Já em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo" nesta terça-feira, 18, João Sampaio alerta para o risco de desestabilização no campo, caso a MP que indisponibiliza as terras invadidas para reforma agrária seja revogada.
"Será uma clara demonstração para o setor produtivo de que o presidente não acredita nessa agricultura vitoriosa que tem gerado renda e emprego no Brasil."
Confira a reportagem completa neste link: http://www.estado.estadao.com.br/editorias/2003/03/18/pol021.html.
Update: MP das terras invadidas é mantida
A Medida Provisória (MP) 2.183, editada no governo Fernando Henrique Cardoso, que exclui terras invadidas de vistorias e desapropriações para efeitos de reforma agrária será mantida.
Segundo o ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Miguel Rosseto, o governo reiterou nesta terça-feira, 18, a posição de, pelo menos por enquanto, não revogar a MP.
"Se a pergunta é: o governo vai encaminhar um projeto de mudança da MP nesse momento, a resposta é não. Não iremos encaminhar", disse Rossetto à "Agência Brasil".
A decisão do ministro vai de encontro a recentes declarações do presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Marcelo Resende, o qual afirmou que o governo iria apresentar novas diretrizes à reforma agrária. Segundo ele, o que fosse inadequado seria revogado.
A manutenção da MP é uma vitória para o agronegócio brasileiro. E atesta o trabalho político de lideranças rurais do setor, entre as quais a Sociedade Rural Brasileira (SRB), que capitalizou esforços na luta para continuidade da medida.