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Subprodutos fazem milho dos EUA mais competitivo

Renda dos agricultores pode ser ampliada com a venda de milho para a fabricação de xarope de glicose e rações


Os EUA continuarão a enfrentar forte concorrência da Argentina e do Brasil no comércio global de milho, mas a capacidade de processamento do grão para produção de etanol e seu subproduto DDG (grãos secos destilados) conferem ao país competitividade única nessa disputa. É o que destaca análise divulgada na terça-feira pelo Serviço Agrícola Estrangeiro do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). "Os EUA dominam o comércio mundial desses dois produtos", diz o texto.

Embora as perspectivas para os produtores americanos do grão não sejam das mais otimistas no momento, a comercialização dos derivados melhora o cenário. Segundo a análise, a renda dos agricultores também pode ser ampliada com a venda de milho para a fabricação de xarope de glicose e para rações. Conforme o USDA, apenas o processamento do grão para etanol e DDG gera entre US$ 4 bilhões e US$ 5 bilhões ao ano para os americanos, levando em conta vendas ao mercados europeu e à China - antes da imposição de tarifas por Pequim em meio às disputas com Washington.

E este ano deve ser mais promissor, já que em maio a União Europeia revogou uma lei antidumping sobre o etanol americano, que vigorava desde a safra 2011/12, que deverá abrir um novo mercado de US$ 700 milhões, diz o USDA. "Há oportunidades substanciais para a venda de DDG e etanol também fora da UE e da China". O órgão também informa que 80% do volume de milho que estima para uso nos EUA é destinado à produção de etanol, e que parte do biocombustível é exportado - na safra 2017/18, os embarques representaram cerca de 10% da produção.

Para o USDA, quanto mais os subprodutos forem aproveitados, menos os produtores sentirão os reflexos da maior dificuldade que os EUA estão enfrentando para exportar o grão. Em maio, "apenas" 8 milhões de toneladas foram exportadas, menor patamar para o mês desde o ciclo 2012/13. "Em resposta às fortes chuvas nos últimos meses na região produtora, os preços do milho americano subiram muito e as vendas foram mais lentas".

Além disso, há uma forte oferta na América do Sul, que tira mercado dos EUA. "Após quatro ciclos de crescimento, as exportações americanas de milho deverão cair em 2019/20", diz o texto. O USDA considera que os EUA exportarão 55 milhões de toneladas em 2019/20, 3 milhões a menos que no ciclo atual. Os embarques do Brasil, prevê o órgão, crescerão de 33 milhões para 35 milhões de toneladas, e os da Argentina de 30 milhões para 33,5 milhões.    

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