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Subsídio americano sustenta preços na bolsa


Os gordos subsídios americanos à produção de soja e milho estão ajudando a puxar a alta dos preços dos grãos na Bolsa de Chicago. Em vez de negociar a colheita, os agricultores preferem esperar para receber subsídios ainda maiores, de acordo com fontes do mercado.

A oferta de milho e soja está surpreendentemente reduzida no interior dos Estados Unidos neste inverno (setentrional), uma vez que os produtores usufruem de um constante ingresso de fundos proporcionados pelos subsídios governamentais, fontes externas e contratos a termo anteriores. Com dinheiro no bolso, os produtores não precisam vender o que resta de sua abundante safra no mercado à vista.

Neste mês, foi feita mais uma série de pagamentos de subsídios aos produtores rurais, engordando ainda mais as contas bancárias e reduzindo a pressão para novas vendas de cereais a fim de levantar dinheiro para capital de giro.

Este suporte financeiro, conhecido como pagamentos contra-cíclicos, ou CCP, é previsto pela Lei Agrícola, ou "Farm Bill" como forma de compensar os cerealistas em épocas de depressão dos mercados, compensando especificamente a diferença entre os preços de mercado e as metas de preços oficiais do governo. O preço mínimo para a soja nos Estados Unidos hoje é de cerca de US$ 5,80 o bushel, ou US$ 12,80 a saca.

Atualmente, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda) projeta um preço à vista médio nesta estação de apenas US$ 1,95 o bushel para o milho (US$ 4,61 a saca), bem abaixo da meta de preço média federal para o milho de US$ 2,60 o bushel, ou US$ 6,14 a saca de 60 quilos.

Ajuda oficial:

"Isto significa que será pago o CCP máximo, ou seja, o que o Usda projetou em outubro", disse o analista Ron Mortensen, da Advantage Strategies, consultoria de Fort Dodge, Iowa.

O Usda projeta atualmente pagamentos de CCP de 40 centavos para o bushel de milho (US$ 0,94 a saca), 26 centavos para o bushel da soja (US$ 0,57 a saca). O subsídio pode chegar a 2 centavos de dólar (US$ 0,04 a saca de 60 quilos) para o bushel de trigo e de aveia.A rodada inicial de pagamentos de CCP foi feita em outubro e o saldo será pago somente no outono de 2005 (outubro a dezembro), presumindo que os preços médios do mercado se mantenham inalterados.

O Serviço de Pesquisa Econômica (ERS) do Usda calculou que em 2005 os produtores agrícolas americanos vão faturar US$ 64,4 bilhões, uma queda de 12,5% em relação ao recorde de US$ 73,6 bilhões apurado em 2004. Ainda assim, esta será a segunda maior receita líquida de toda a história da agricultura americana.

O ERS observou que, entretanto, se prevê que as receitas líquidas em dinheiro ultrapassarão o recorde de 2004, "porque os produtores adiaram as vendas de partes das abundantes colheitas para 2004 até 2005, antecipando que os preços do mercado subirão visto que os mercados internacionais trabalham com quantidades grandes".

Faturamento recorde:

Prevê-se que o faturamento total da safra decorrentes de receitas em dinheiro e dos pagamentos governamentais chegará à cifra sem precedentes de US$ 128,7 bilhões em 2005, ultrapassando os recordes sucessivos de US$ 127,7 bilhões e US$ 122,1 bilhões, apurados nos dois anos anteriores.

A renda fora dos produtos agrícolas gerada pelos produtores também deverá subir, registrando uma renda familiar média total para 2005 de US$ 73.059, com um aumento de 2,8% em relação ao ano de 2004.

kicker: Subvenção paga ao milho dão fôlego financeiro para quem também produz soja nos EUA

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