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Subvenção está fraca ao seguro da safra de inverno

Apesar da oferta de R$ 20 milhões para a safra, o setor usou apenas R$ 5,5 milhões


Apesar de o governo ofertar até R$ 20 milhões para a subvenção ao seguro da safra de inverno, o setor usou apenas R$ 5,5 milhões. Foi a primeira vez na história do seguro agrícola do Brasil que o governo conseguiu liberar recursos de subvenção para assegurar tais culturas. Em 2006, a safra de inverno foi incluída no orçamento, mas houve atraso na liberação dos recursos e, por isso, não foram concretizadas as apólices subvencionadas. Os valores dos prêmios e alto grau de risco da safrinha de milho explicam a demanda fraca.

Segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento foram contratadas 1,6 mil apólices nesta safra para as culturas de trigo, principalmente, milho e um pouco para florestas.

O governo trabalhava com a hipótese de liberar entre R$ 18 milhões e R$ 20 milhões, segundo o coordenador-geral do Seguro Rural do ministério, Eustáquio Mesquita de Sant’ana. "A previsão era liberar um pouco mais de subvenção", complementou o diretor-substituto de Gestão de Risco Rural da Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura, Francisco José Mitidieri. Apesar de não detalhar quanto foi utilizado para cada cultura, ele acredita que a maior parte foi empregada em apólices de trigo.

O engenheiro agrônomo e assessor econômico do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), Flávio Torra, acredita que os triticultores ainda consideram o valor do prêmio elevado, mesmo com o subsídio do governo de 60%. Dependendo da produtividade do trigo, em alguns municípios, Torra diz que as seguradoras cobram 12% do valor de um hectare do cereal - estimado em R$ 1 mil.

Ele acrescentou ainda que, pelo menos no Paraná, não houve contratação de seguro para o milho safrinha, pois as seguradoras não teriam ofertado esta apólice. Já o diretor comercial da Seguradora Brasileira Rural (SBR), Geraldo Mafra, estranhou a informação do técnico da Ocepar. Segundo ele, a seguradora fechou negócios com a Cooperativa Agro-industrial de Maringá (Cocamar) de R$ 3 milhões de capital assegurado com milho safrinha. A empresa só ofertará seguro para o trigo no próximo ano. Como produtor ainda estava em um período de renegociação de dívida, o coordenador do ministério, acredita que alguns agricultores fizeram o plantio da safra de inverno sem o financiamento público e sem a contratação do seguro rural.

Com a utilização dos R$ 5,5 milhões para safra de inverno, sobraram R$ 94 milhões no orçamento do governo (do total de R$ 99,5 milhões) para serem gastos na safra de verão. A estimativa do ministério é utilizar 100% dos recursos e realizar 53 mil apólices neste ano. No ano passado foram R$ 31 milhões e 21,7 mil apólices.

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