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Suinocultura brasileira de olho no mercado chinês

Pela primeira vez, Brasil venderá carne suína aos chineses


A segunda semana do mês de abril poderá ser considerada um marco na história da suinocultura. Após mais de cinco anos sem perspectiva de abertura de novos mercados para exportação da carne suína, a China promete alterar a balança comercial brasileira. A novidade está na abertura de mercado para importações por parte do governo Chinês, com a aprovação inicial de três frigoríficos nacionais exportadores de suínos. A liberação ocorreu apenas cinco meses depois da vinda de missão chinesa ao Brasil para inspecionar 13 indústrias.

Com a decisão, o Brasil venderá o produto pela primeira vez para os chineses. A expectativa é que nos próximos meses, o governo chinês amplie a lista de frigoríficos exportadores de suínos, período em que se pretende sanar todas as dúvidas e questionamentos dos chineses em relação às demais indústrias. O acordo representa uma oportunidade imediata como também de rápido crescimento para o futuro, ainda que a China responda por 50% da carne suína produzida no mundo, a perspectiva de aumento da renda per capita dos chineses deve ampliar o consumo de proteínas no país.

O Boletim de Tendências de Mercado e Perspectivas da British Pork Exportation (BPEX), também traz boas notícias para os suinocultores brasileiros. Segundo o periódico, a demanda por carne suína deve aumentar nos próximos anos. As oportunidades de exportação para países da União Europeia, Rússia e Extremo Oriente, como Hong Kong e China, devem aumentar. Só em 2010, quase 2,7 milhões de toneladas do produto foram exportadas pela União Europeia, mais de 30% para a Rússia, 16% em Hong Kong, enquanto Japão e China receberam 8% do total exportado cada.

Com as últimas notícias, a expectativa dos suinocultores catarinenses é grande. Como único estado brasileiro livre de aftosa sem vacinação, Santa Catarina espera retomar o primeiro lugar no ranking de exportação, hoje destinado ao Rio Grande do Sul, principal estado fornecedor de suínos à Rússia. Mas enquanto as compras não se iniciam, o produtor depende diretamente do mercado doméstico, que nessa semana se manteve com os preços estáveis, segundo a Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), com o quilo do suíno vivo sendo comercializado a R$ 2,45, mesmo valor da semana anterior.

O mercado paulista sofreu pequena queda nas cotações, conforme a última bolsa realizada pela Associação Paulista dos Criadores de Suínos (APCS), com valores de venda entre R$ 51,00 a R$ 52,00/@, o equivalente a R$ 2,72 a R$ 2,77 o quilo do suíno vivo. Já na maioria dos estados produtores, o mercado se manteve calmo, sem grandes modificações no volume ou preço de compra. No Paraná, o mercado registrou pequena elevação no valor de comercialização do quilo do suíno vivo em algumas regiões, chegando a R$ 2,55.

Declarações

"A abertura do mercado chinês chegou a ser cogitada no ano passado, mas não houve conclusão. Se isso realmente acontecer é uma oportunidade de sairmos da crise, porque a China tem grande demanda de carne suína".
Losivanio Luiz de Lorenzi, presidente da ACCS.

“Acredito que no segundo semestre, com a efetivação das vendas para a China, teremos um reflexo imediato na suinocultura gaúcha, mas até lá nosso suinocultor está cauteloso. Por ora o mercado do Rio Grande do Sul está firme, sem perspectiva de mudança para os próximos dias”.
Valdecir Folador, presidente da Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (ACSURS).

O mercado de Minas está firme, com os preços do quilo do suíno vivo sendo comercializado em R$ 2,85, mas desde o mês de março que não há reação no preço, mesmo com o consumo ajustado à demanda. Mas acreditamos que esse panorama está dentro da realidade.
José Arnaldo Penna, vice-presidente da ASEMG

As informações são da assessoria de imprensa da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos.

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