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Sustentabilidade orienta novo ciclo de expansão em Mato Grosso

Durante dia de campo realizado pelo Rally Ceagro/Expedição Safra agricultores do Vale do Araguaia discutem reestruturação do sistema produtivo e expansão sustentável da agricultura na região


Durante dia de campo realizado pelo Rally Ceagro/Expedição Safra agricultores do Vale do Araguaia discutem reestruturação do sistema produtivo e expansão sustentável da agricultura na região

A reestruturação do sistema produtivo está fazendo a agricultura experimentar um novo ciclo de expansão em Mato Grosso após anos de estagnação. Planejado e sustentável, o crescimento ocorre exclusivamente sobre pastos degradados, num movimento muito diferente daquele observado a partir do final dos anos 80, quando as lavouras avançavam desordenadamente sobre o Cerrado.


À frente desse processo está o Vale do Araguaia, uma região tradicionalmente pecuarista, mas que nos últimos anos desponta como um novo eixo do agronegócio ao longo da BR 158. Liderados por Canarana, o precursor da soja na região, os 22 municípios que compõe o Nordeste mato-grossense ampliam a área de plantio em ritmo frenético, a taxas de 10% a 30% ao ano. Nos últimos cinco anos, desde a safra 2007/08, o salto foi de 104%, bem acima da média estadual, que registrou crescimento de 25% no período.

Atualmente, são cultivados no Vale do Araguaia perto de 900 mil hectares de soja e a região possui ao menos outros 2 milhões de hectares disponíveis à agricultura. Se toda essa extensão fosse ocupada por lavouras, colocaria o Nordeste na dianteira da produção estadual, ultrapassando inclusive o Médio-Norte, região que, com 2,7 milhões de hectares, é hoje responsável por 40% por toda a soja produzida em Mato Grosso.

Sem áreas disponíveis para expandir a produção, agricultores dessa e de outras regiões do estado e também de várias outras partes do país têm chegado ao Vale todos os anos, relata a secretária de Agricultura de Canarana, Eliane Felten de Oliveira. Eles são atraídos pelas terras, fartas e ainda baratas quando comparado a outras regiões e tão férteis quando os campos mais produtivos da terra roxa paranaense.
“O preço está bom. Um hectare de pasto degradado está custando entre R$ 4 mil e R$ 6 mil. Tenho fazenda em Balsas (MA) e estou pensando em investir aqui. Então vim para conhecer”, conta o produtor Edson Zimermann. Ele foi um dos cerca de 80 agricultores que participaram da segunda etapa do Rally Ceagro / Expedição Safra, na última quinta-feira (26), em Canarana.


Durante todo o dia, eles participaram de uma espécie de dia de campo itinerante, que misturou palestras e visitas técnicas durante as paradas nos estandes espalhados por três municípios do Noroeste: Canarana, Água Boa e Nova Xavantina. A cada estação, um comboio de 37 carros anunciava a chegada dos visitantes, que, curiosos, percorriam os campos experimentais para conhecer novas tecnologias, conversar com técnicos e analistas e trocar experiências.

A temática principal do evento, “Soluções sustentáveis e integradas para o agronegócio”, permeou todas as discussões. “O tema traduz a preocupação do setor no Brasil e no mundo com o desenvolvimento econômico e social da atividade”, considera o gerente de agronegócio da Gazeta do Povo e coordenador da Expedição, Giovani Ferreira. “O objetivo é discutir fatores econômicos, ambientais, sociais para que o produtor possa ter bons resultados e passe a visualizar o seu negócio num longo prazo para que as novas gerações de sua família ou das comunidades em que ele está produzindo tenham sucesso na agricultura por muito tempo”, completa o diretor comercial da Ceagro, Cassiano Prado.

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