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Suzano decidirá no 1º tri se investe em nova capacidade de produção de celulose

A avaliação de aumento de capacidade ocorre num momento de alta nos preços do produto


A Suzano Papel e Celulose SUZB3.SA deve decidir no primeiro trimestre de 2018 se investirá em nova capacidade de produção de celulose no Brasil, processo de escolha que envolve ou ampliação de instalações atuais ou a construção de uma nova fábrica, disse nesta sexta-feira o presidente da companhia, Walter Schalka.

Falando a investidores e jornalistas durante evento que marcou migração da companhia para o segmento Novo Mercado da B3, Schalka disse os estudos sobre aumento de capacidade não eliminam a alternativa de aquisição de ativos no setor, opção preferencial da Suzano para redução da volatilidade dos preços da celulose e geração de valor a acionistas. Mas Schalka evitou comentar quando uma aquisição poderia ocorrer.

A avaliação de aumento de capacidade ocorre num momento de alta nos preços do produto, algo que deve se prolongar nos próximos anos, disse o executivo. Segundo ele, atualmente os estoques de celulose em portos da China estão no nível mais baixo já registrado, o que tem repercutido em outros mercados e incentivado a empresa a abrir negociações para reduzir descontos oferecidos a clientes, incluindo na Europa e América do Norte.

“Os estoques por lá (China) estavam em 230 mil toneladas em 31 de outubro, pela primeira vez estou vendo a possibilidade de haver no mercado (global) um evento de zero estoque”, disse Schalka, acrescentando que a demanda da China pelo insumo usado na produção de papel é de 800 mil a 900 mil toneladas por mês.

Hoje a capacidade de produção de celulose da empresa é de 4,5 milhões de toneladas por ano, das quais cerca de 1 milhão são usadas na produção de papel e outros produtos.

Uma nova fábrica pode levar até dois anos para ser construída e, segundo dados da companhia, o investimento necessário para uma nova unidade é de 1.500 dólares por tonelada de capacidade instalada. Já uma ampliação de instalação existente consome 1.200 dólares por tonelada acrescentada.

Durante apresentação aos analistas do setor, Schalka ressaltou que a Suzano só irá adiante com os planos de ampliação de capacidade se entender que os investimentos poderão apresentar um retorno adequado ao capital empregado.

Questionado se a Suzano já tem um local para uma eventual nova fábrica que possa produzir retorno adequado de capital, Schalka respondeu que “sim” e comentou que a empresa atingiu maturidade florestal para uma nova unidade, mas não deu detalhe.

Em 2013, a companhia chegou a suspender planos de construção de uma nova fábrica em Piauí, em meio a desconforto com seus níveis de endividamento na época, de mais de 4 vezes dívida líquida sobre Ebitda. No terceiro trimestre, a alavancagem da empresa caiu para 2,3 vezes.

Enquanto não se decide sobre se amplia capacidade de celulose e aproveita o cenário de escassez de oferta, a Suzano tem investido em outras áreas, incluindo a entrada no mercado de consumo com papéis sanitários, que será no primeiro trimestre de 2018 nas regiões Norte e Nordeste do país. Schalka disse que se a Suzano comprar ativos no curto prazo, serão na área de papel tissue. “Vamos avaliar alternativas de aquisição no Brasil.”

Já a área de papel de imprimir e escrever e a única que pode marcar uma aquisição da Suzano fora do Brasil. Schalka afirmou que em termos de ordem de preferência a empresa optaria por aquisições primeiro na América Latina, depois na Europa e nos Estados Unidos. Ele também não deu detalhes, mas comentou que os ativos que seriam alvo da empresa precisariam ter capacidade de se integrarem à produção de celulose da companhia, “para alavancar vantagens competitivas”.

Por Alberto Alerigi Jr.

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