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Syngenta define primeira unidade para a produção de mudas de cana

Marco Bochi, diretor da Syngenta diz que objetivo até 2015 é obter receita de vendas de US$ 300 milhões com as novas mudas


Em Itápolis (SP), município de notória relevância no plantio de laranja, a Syngenta construirá sua primeira unidade de produção de mudas de cana-de-açúcar. O investimento, de US$ 26 milhões, foi comunicado ontem à prefeitura da cidade, localizada a 360 quilômetros da capital do Estado.

O terreno foi comprado no início deste ano, mas as obras devem começar em agosto, depois de liberadas todas as licenças e também de definidos os últimos detalhes de engenharia da planta, segundo Marco Bochi, diretor de novas tecnologias para cana-de-açúcar da companhia. O cronograma estabelecido pela Syngenta prevê que a fábrica entre em fase comercial no início de 2011.

O anúncio ratifica o programa de investimentos feito pela empresa para a produção de mudas de cana-de-açúcar, um dos carros-chefe da companhia na área de desenvolvimento tecnológico em todo o mundo, segundo Bochi. No fim de 2008, a empresa revelou o projeto, gestado ao longo dos dois anos anteriores.

A Syngenta pretende, até 2015, obter receita de vendas de US$ 300 milhões com as novas mudas. A empresa produzirá não as mudas tradicionais de cana-de-açúcar, que têm até um metro de comprimento, mas pequenas mudas de 3 centímetros de altura. A utilização dessa muda em miniatura, batizada de Plene, pode representar redução de custos de até 15%, de acordo com a companhia, já que os custos com combustível utilizado no plantio e também para o preparo do solo são menores.

Todo o projeto de produção do Plene prevê até quatro fábricas. No anúncio do projeto, em 2008, a empresa disse que pretendia realizar os desembolsos até 2010. Não há, contudo, datas já estabelecidas para o início das obras das outras plantas, afirma Bochi. "Vai depender de como se desenvolver a demanda. Essa é uma nova tecnologia. A adoção inicial tende a ser lenta, mas vai se acelerar com o passar do tempo", diz.

O projeto prevê investimento de até US$ 100 milhões nessas quatro unidades - o valor incluiu o desembolso a ser feito em Itápolis. Não há terrenos já comprados para novas obras, de acordo com o diretor. Ainda assim, ele diz que as outras unidades - caso a demanda assim exigir - poderão atender os centros canavieiros de Goiás, do Triângulo Mineiro e da dupla Paraná-Mato Grosso do Sul.

A partir de 2008, quando começou a tirar o Plene do papel, a Syngenta desenvolveu projetos-piloto com 70 usinas, que aceitaram entrar na parceria para a validação da tecnologia. A John Deere criou uma máquina específica para o plantio da muda em miniatura. O plantio com as mudas tradicionais exige até 20 toneladas por hectare. As da Syngenta, 1,5 tonelada.

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