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Tabaco: entidades e empresas discordam sobre preço pago ao produtor

Entidades discordam sobre preço pago ao produtor de fumo


Foto: Marcel Oliveira

As entidades representativas dos produtores de tabaco, formada pela Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) e pelas Federações da Agricultura (Farsul, Faesc e Faep) e dos Trabalhadores Rurais (Fetag, Fetaesc e Fetaep) do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, não conseguiram avanços nas negociações de preço do tabaco com as empresas fumageiras. Os encontros individuais foram realizados de maneira presencial, respeitando os protocolos sanitários devido à covid-19, na sede da Afubra, em Santa Cruz do Sul/RS, nos dias 26 e 27 de janeiro, com participação de oito fumageiras: BAT (Souza Cruz), Philip Morris, JTI, Universal Leaf, Alliance One, China Brasil, CTA e Premium Tabacos. 

A formação da proposta dos produtores foi constituída pelas médias do custo de produção apuradas no campo e na indústria, somadas ao percentual de diferença entre as tabelas individuais praticadas pelas empresas.

O vice-presidente regional da Faesc, membro do Fórum Nacional da Cadeia Produtiva do Tabaco (Foniagro) e presidente do Sindicato Rural de Irineópolis/SC, Francisco Eraldo Konkol, afirma que as empresas não estão valorizando os produtores e lamenta a falta de acordo. “As fumageiras, mais uma vez, não valorizaram seus principais parceiros, que são os produtores, pois nem sequer a variação do custo de produção foi reposta. O que estamos tentando negociar é a recuperação da tabela de preços para termos mais igualdade. Esperamos que as empresas reavaliem seus posicionamentos para que se possa realizar uma nova rodada de negociação de preços”.

Em relação à próxima safra, o setor produtivo afirma que não haverá negociação de preços se não houver levantamento conjunto dos custos de produção.

 “A Lei da Integração deixa claro que os preços devem ser estabelecidos perante acordo entre produtores e indústria, para que nenhum lado saia perdendo. Porém, o que vemos é uma diferença muito grande nos percentuais propostos, que variam de 6,2% a 12,9%. Está ficando inviável para o produtor, que assume um risco muito grande e precisa de uma margem de preço maior para viabilizar a economicamente a produção”, defende Konkol.

O Sul do Brasil concentra 99% da produção de tabaco do País e exporta 80% do total produzido. A última safra produziu 633 mil toneladas. A atividade é uma das mais significativas e reúne 146,4 mil produtores. Em Santa Catarina, são 44 mil fumicultores.

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