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Tabela do frete prejudica transportes, diz Fava Neves

Especialista chamou a tabela do frete de "medida antiquada"


O Professor da Faculdade de Administração da Universidade de São Paulo (USP) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Marcos Fava Neves, afirmou que o tabelamento do frete mínimo trouxe consequências graves para o setor de transportes do Brasil. Segundo ele, a interferência acabou fazendo com que produtores, cooperativas e empresas investissem em sua própria frota, o que pode gerar uma oferta maior do que a demanda existente. 

"Dito e feito. As vendas de caminhões no primeiro semestre de 2018 cresceram simplesmente 50% em relação ao mesmo período do ano anterior, em sua maioria, investimentos feitos por produtores rurais e industriais, numa função que não é seu negócio principal, o seu negócio foco, o transporte (distribuição)", comenta. 

Para Neves, o setor de transportes já sofria com um excesso de oferta e agora caminha para um período que chamou de "ineficiente". De acordo com o professor, mais caminhões nas estradas podem significar, além da perda dos ganhos dos próprios caminhoneiros e transportadoras, em um aumento da poluição, dos acidentes e da deterioração das estradas. 

"Ou seja, mais caminhões, mais ativos, mais depreciação, mais ociosidade, mais ineficiência, menor ocupação de ativos... traduzindo em... menores margens. Isto tudo em tempos de Uber e de racionalização do uso de ativos na sociedade mundial. Retrocesso puro", diz. 

Neves ainda chamou a medida de antiquada e disse haver outras formas que pudessem contornar a situação. "No auge da greve, para resolver os problemas e normalizar a situação, surge uma proposta dos anos 70, o tabelamento de fretes, que vai contra qualquer modernidade e liberdade econômica, contra leis de mercado e até contra a Constituição brasileira", finaliza. 

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