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Técnicos de MT participam de capacitação sobre piscicultura

Neste módulo introdutório, buscou-se fazer um nivelamento do grupo, apresentando questões básicas para a produção aquícola


Cerca de 60 agentes da assistência técnica e extensão rural de todas as regiões de Mato Grosso participaram, na última terça e quarta-feira, do módulo introdutório da Capacitação Continuada de Técnicos da Cadeia Produtiva da Piscicultura. O curso foi promovido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em parceria com o Ministério da Pesca e Aquicultura, Ministério do Desenvolvimento Agrário, Governo de Mato Grosso, Empaer e com apoio de empresas que atuam na piscicultura.

Neste módulo introdutório, realizado em Sorriso (MT), buscou-se fazer um nivelamento do grupo, apresentando questões básicas para a produção aquícola. Estas informações serão essenciais para a sequência do processo de capacitação, quando haverá maior aprofundamento nas questões.

Entre os temas das palestras deste encontro estavam as perspectivas e entraves à piscicultura; anatomia e fisiologia de peixes de água doce; qualidade de água; sistema de cultivo de peixe; meio ambiente; legislação ambiental; sanidade animal; implantação de projetos de piscicultura; características de infraestrutura de viveiros escavados, açudes e tanques-rede; nutrição; e planejamento da produção de peixes.

Além disso, foram feitas duas visitas técnicas em propriedades rurais. Em uma delas os participantes acompanharam o processo de implantação dos tanques e em outra puderam visualizar um sistema de produção já em pleno funcionamento.

“A maioria dos participantes tem pouco conhecimento sobre a piscicultura. Com este módulo deu para avançar bastante em termos de conhecimento básico sobre manejo da piscicultura de produção. Isto vai auxiliar muito no desempenho deles nos próximos módulos”, avaliou o pesquisador da Embrapa Pesca e Aquicultura, Giovanni Moro.

Segundo o pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril e coordenador deste processo de capacitação continuada, Daniel Ituassú, nos próximos módulos será possível aprofundar mais nos temas, ampliando o conhecimento dos técnicos. Além disso, na medida em que se aumenta a quantidade de informações, novas demandas a serem abordadas surgirão.

“A tendência é que os módulos fiquem mais aprofundados. Em médio prazo, por exemplo, vai aumentar a demanda por alevinos e rações. Isto vai gerar outras demandas para a capacitação. É um ciclo que se retroalimenta”, explica o pesquisador.

Mato Grosso possui, atualmente, a sexta maior produção aquícola do Brasil, segundo dados do Ministério da Pesca e Aquicultura. De acordo com especialistas, o estado tem grandes possibilidades de assumir a ponta da lista devido, entre outras questões, às condições climáticas favoráveis, disponibilidade de terras e de água e, acima de tudo, abundância de grãos, principal matéria prima para a ração dos peixes.

Para que este potencial produtivo do estado seja explorado, entretanto, é preciso maior qualificação da assistência técnica. Segundo o técnico e secretário de agricultura de Porto dos Gaúchos, Mario Henrique Lara Ferreira, ainda faltam muitas informações para os técnicos, o que acaba refletindo na forma como a atividade é trabalhada pelos produtores.

“A maioria do pessoal quer criar o peixe, mas encontra dificuldades em todos os sentidos. Alguns querem criar só para o consumo próprio, outros para vender ali na região. Mas aquela criação intensiva, para acessar mercado, fazer diferença dentro da propriedade, isto a gente não tem e é difícil encontrar algum lugar que tenha informações para passar ao produtor”, disse o participante da capacitação.

Com esta capacitação continuada espera-se modificar o cenário, aumentando a quantidade de técnicos especialistas na piscicultura e com conhecimento das tecnologias disponíveis para a atividade. Assim, será possível vislumbrar um futuro diferente da atual realidade produtiva do estado.

“Na maior parte dos casos, o que se faz é uma piscicultura em pequena propriedade, de forma amadora. Sem tecnificação, sem utilização de rações completas e sem base técnica apropriada para que ela seja feita da maneira correta. Com isto, a pessoa entra na atividade e acaba desistindo porque ela não tem uma rentabilidade adequada. E isto justamente porque ela não tem o conhecimento prático adequado para conduzir de uma maneira correta e ter uma lucratividade na atividade. Com o conhecimento, a pessoa vai poder criar o peixe da maneira correta, utilizando o alimento correto, o sistema de cultivo ideal para as condições dela e ter uma lucratividade e boa rentabilidade de produção”, analisa o pesquisador Giovanni Moro.

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