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Técnicos orientam produtores a programarem a lavoura

O planejamento ajuda o produtor a economizar refletindo na produtividade


Embora a recomendação sobre o período correto para o início do próximo plantio de soja varie conforme cada região do País - sobretudo por causa das chuvas e do clima -, a orientação geral aos produtores é que comecem, desde agora, a programar a lavoura. Esse planejamento, diz o pesquisador Neylson Eustáquio Arantes, da Embrapa Soja, além de ajudar o produtor a economizar na hora de comprar insumos - sementes, fertilizantes e agrotóxicos -, pois não deixa as compras "para última hora", reflete também na produtividade da lavoura, à medida que possibilita começar o plantio na hora certa e, assim, "fugir" da ameaça da ferrugem asiática.

"Até outubro, além da determinação do vazio sanitário, não há chuvas em volume suficiente para garantir a germinação da planta. A recomendação é, até lá, ir se preparando. Quando o solo estiver com a umidade ideal e as chuvas garantirem uma reserva de água suficiente à germinação da lavoura, o produtor não perderá tempo."

Segundo o pesquisador Sérgio Suzuki, da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT), a época de plantio é o principal insumo para a garantia de bons resultados, principalmente por causa da ferrugem. Ele explica que, antes da ferrugem, a janela de plantio (período ótimo de plantio) ia da segunda quinzena de outubro até o início de dezembro. Com a doença, essa janela se deslocou para o começo de outubro até 10 de novembro. "A ferrugem reduziu a janela de plantio em um mês, daí a necessidade de o sojicultor ficar mais atento ainda".

Arantes diz que, desde que o clima permita, o produtor deve iniciar o plantio o mais cedo possível. "Os primeiros plantios encontram menos esporos (sementes que carregam o fungo causador da doença) no ambiente e, portanto, ficam menos suscetíveis à pressão do inóculo. É como a lógica do vazio sanitário: quanto menos plantas no campo, menor o risco de a doença multiplicar", diz o pesquisador da Embrapa. "O plantio tardio encontra mais esporos no campo, o que torna o controle mais difícil e mais caro, diz Suzuki. "Se houver atraso de plantio, não basta ter os melhores insumos, é dinheiro jogado fora".

Planejamento inclui elaborar uma operação de plantio e definir, por exemplo, quanto se pretende plantar, qual a capacidade de plantio, quantos hectares podem ser plantados para ajustar o parque de máquinas à intenção de plantio, qual é a capacidade de colheita. "Com os insumos já comprados e com as semeadoras reguladas, não há perda de tempo", confirma Arantes, que chama atenção para a aquisição de sementes.

"É insumo primordial para o sucesso da lavoura." Segundo ele, a semente representa de 4% a 5% dos custos totais de produção e a aquisição de semente pirata, mais barata, não compensa.

A dica é adquirir sementes de revendedores idôneos, com atestado de garantia, com índice de germinação e registro no Ministério da Agricultura. "O produtor pode fazer, antes, o teste de germinação, para saber quantas sementes serão colocadas por hectare.

Para fazer o teste, quatro lotes de 100 sementes cada são colocados para germinar no campo. Após oito dias, o produtor conta quantas sementes germinaram. O ideal, diz, é fazer isso na segunda quinzena de setembro, quando o início de plantio está mais próximo.

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