Tecnologia na pecuária custa chegar ao produtor
Temos conhecimento acumulado, mas ainda há dificuldade de acesso
É fato que o país desenvolveu e continua investindo em pesquisa para avanço tecnológico no setor da pecuária, que gere aumento de produção e renda. Porém, há divergências de opinião em relação a aplicação e utilização desses mecanismos por parte dos pequenos e médios produtores rurais, que representam cerca de 80% dos pecuaritas mineiros.
Representantes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, em Juiz de Fora, (Embrapa Gado de Leite) e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG) enxergam cenários diferentes diante da utilização de tecnologia no campo.
Conforme o chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo do Carmo Martins, o país é referência em termos de tecnologia para a bovinocultura de leite, na região tropical, mas ainda há distância entre o estoque de tecnologia e sua efetiva aplicação no campo. "Temos conhecimento acumulado, reflexo do trabalho da Embrapa, universidades federais e institutos de pesquisa, mas ainda há dificuldade de acesso do pequeno produtor à informação tecnológica". afirmou Martins.
De acordo com o coordenador técnico estadual de bovinocultura da Emater-MG, Marcos Melo Meokarem, os processos tecnológicos chegam ao produtor rural mesmo que não tenham capital significativo para investimento, pois os projetos implementados pela entidade visam o produtor familiar e o aporte exigido é baixo. O pequeno e médio produtor de leite tem volume produzido de até 200 litros por dia.
"Discordo da colocação da Embrapa. O projeto lavoura-pecuária é realizado há algum tempo no Triângulo Mineiro, por grandes pecuaristas, que utilizam máquinas de maior porte. Alcançamos o pequeno produtor utlizando máquinas de tração animal (plantadeira e adubadeira), pulverizador costal", explicou Meokarem. O rebanho mineiro está estimado em 21,5 milhões de cabeças de boi.