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Terceira safra de feijão pode recuperar perdas

O cultivo ocorre de abril à outubro e depende de irrigação, devido às características climáticas


Foto: Marcel Oliveira

A segunda safra de feijão, a mais importante, será menor. Segundo levantamento de maio do Instituto Brasileiro de Estatísticas e Geografia (IBGE), a diminuição é de 8,2%, equivalente a 98,7 mil toneladas a menos do que o esperado. Já a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta 1.325 milhões de toneladas. Em fevereiro a estimativa apontava 1.408 milhões de toneladas.

As condições climáticas estão por trás desse resultado. Não choveu na quantidade ideal nas principais regiões produtoras, caso do Paraná. O Estado que esperava 468,5 mil toneladas em fevereiro reduziu para 406 mil toneladas em maio. O Paraná é o maior produtor nacional de feijão segunda safra. O segundo colocado, o Mato Grosso, espera 231 mil toneladas.

Diante desse cenário, produtores que apostam na terceira safra do grão podem acrescentar ganhos. O cultivo ocorre de abril à outubro e depende de irrigação, devido às características climáticas do período. Segundo estimativa da Conab, espera-se produzir 776 mil toneladas do grão na safra indicada.

Segundo Lenisson Carvalho, gerente de grandes culturas da Ourofino Agrociência, uma forma de aumentar a proteção da planta e, com isso, conquistar um maior crescimento e resistência a fatores adversos é o uso correto de defensivos agrícolas. Eles atuam contra pragas conhecidas do agricultor, as lagartas, por exemplo. Nesse caso inseticidas devem ser aplicados na área de acordo com o índice de controle da praga. 

“O controle das lagartas permite manter a área fotossintética, as estruturas reprodutivas e o desenvolvimento das plantas”, comenta. Há, porém, outros desafios no campo para os agricultores controlarem. As doenças foliares também estão presentes na cultura do feijão, contra as quais agem os fungicidas.

A associação de dois grupos químicos, as estrobilurinas (azoxistrobina) e os triazóis (tebuconazol), em um fungicida sistêmico utilizado para o manejo integrado de doenças, contribui para o controle da mancha-angular. Também pode ser usado em conjunto com outras soluções protetoras para combater a antracnose, que é considerada uma das doenças mais destrutivas do feijoeiro comum.

Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa, a antracnose pode levar à perda integral da lavoura, isso se infectar as plantas nos primeiros estágios de desenvolvimento. O mofo-branco é outro fator preocupante porque também é devastador para esse tipo de cultivo.  “Para evitar o surgimento desse fungo, é indicado usar um fungicida formulado com o grupo químico dicarboximida. A solução deve ser utilizada. O limite é duas aplicações por ciclo”, orienta.

Antes, no entanto, de qualquer problema se impor, o profissional indica quais são as condições mais favoráveis ao cultivo. “Solo com adubação equilibrada, disponibilidade hídrica e manejo de pragas, doenças e plantas daninhas, protegendo a planta para que esta se desenvolva e produza de forma adequada ao potencial produtivo nas condições de cultivo de cada região”, reforça.

Na terceira safra são esperados cerca de 556,1 mil hectares semeados pelo país, com destaque para o feijão-comum cores no Centro-Oeste, no Sudeste e no Nordeste. Neste ciclo os principais produtores são Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás.
 

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