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Termina amanhã a 10ª edição da Agrishow


A exposição que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitará hoje (02-05), em Ribeirão Preto (SP), mantém a robustez dos anos anteriores e abre espaço para novos caminhos. A 10ª Agrishow se encerra amanhã confirmando a sua condição de maior feira de agronegócios da América Latina e exibindo a alta tecnologia não só para o grande produtor. A agricultura familiar ganhou visibilidade no parque com 260 hectares por meio de dinâmicas com pequenas máquinas e das visitas de centenas de produtores que só conheciam a Agrishow em conversas mantidas nas cooperativas ou nas agências bancárias.

Boa parte do faturamento de R$ 1,2 bilhão projetado sairá do bolso de agricultores com escassos hectares que, graças a financiamentos ou associação, resolveram colocar tecnologia em suas lavouras. A feira não perdeu, entretanto, a sua identidade. Grandes produtores do Centro-Oeste continuam chegando dispostos a investir pesado. Nos estandes ou nas concorridas dinâmicas, essa diversidade aparece com clareza.

Na quarta-feira, José Luiz Iversen, de Porto Feliz (SP), impressionou-se com o desempenho da colheitadeira 3640 da AGCO, direcionada a pequenos agricultores como ele, com valor aproximado de R$ 100 mil. Saiu disposto a forçar uma associação para aquisição da máquina. No mesmo dia, Vander Carlos de Souza, produtor em Goiás e Mato Grosso, não precisou da dinâmica para desembolsar R$ 19,5 milhões na compra de 16 colheitadeiras, 20 tratores e 10 plantadeiras no estande da Case.

- É um exemplo do acerto em não deixar que a mostra perdesse o foco inicial, de levar a produtividade ao produtor brasileiro. O evento mostra que a tecnologia também pode chegar à agricultura familiar - diz o presidente do Conselho Consultivo da Agrishow, Sérgio Magalhães.

Entre os fabricantes, há euforia. Nem mesmo a garantia do ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, de que o presidente Lula não anunciará hoje aumento nos recursos do Programa de Modernização da Frota Agrícola (Moderfrota) desestimulou os industriais. Tampouco os agentes financeiros. O gerente de mercado do Banco do Brasil na exposição, Paulo Roberto Lopes Ricci, estima que a instituição poderá ultrapassar R$ 300 milhões em propostas (em 2002, foram R$ 180 milhões). Os organizadores confiam num incremento de vendas de 10% sobre a edição passada. Na escassez dos recursos públicos, apareceram os privados.

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