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Teste em broto de feijão alemão não encontra bactéria E.coli

Surto da bactéria já matou 22 pessoas


Cientistas alemães não encontraram traços da bactéria E.coli na fazenda de vegetais orgânicos que foi apontada como a fonte do surto que matou 22 pessoas, mas disseram que isso não significa que as suas suspeitas estavam erradas.

Mesmo que os primeiros testes de laboratório dos brotos de feijão da fazenda deram negativo, os pesquisadores disseram que não estavam surpresos, já que qualquer produto contaminado já teria sido distribuído há tempos.

"Esta é uma pista importante que estamos perseguindo com vigor", disse a ministra da Agricultura, Ilse Aigner, em Berlim, na segunda-feira, depois que o ministro estadual da Agricultura de Baixa Saxônia revelou que as 23 amostras testadas tiveram resultado negativo.


Aigner repetiu os alertas aos consumidores para evitar brotos de feijão, pepinos, tomate e salada.

Em Bienenbuettel, o responsável pela fazenda disse que não conseguia entender como essa pequena operação de comida orgânica poderia ser a fonte de uma infecção de bactéria que é tradicionalmente transmitida pelas fezes, ou comida ou água contaminada com bactéria fecal.

A rara cepa de E.coli produtora da toxina Shiga (Stec) encontrada neste surto é conhecida por ser capaz de se esconder nos intestinos das vacas.

"Não entendo como os processos que utilizamos aqui podem ter ligação com as acusações feitas", disse Klaus Verbeck ao jornal regional Neue Osnabruecker Zeitung.

"Os brotos para saladas são cultivados exclusivamente com sementes e água e não são fertilizados. E não usamos fertilizantes de origem animal em nenhuma outra área da fazenda."

Cientistas dizem que a contaminação pode ter estado nas próprias sementes de feijão ou sobre elas, na água usada no cultivo dos brotos, ou ter vinda de um trabalhador que as tenha manuseado.

"Não é raro ver brotos de feijão causando intoxicação alimentar", disse à Reuters Paul Wigley, da escola de Veterinária da Universidade de Liverpool.

FAZENDA FECHADA

Autoridades alemãs disseram no domingo que os brotos de feijão cultivados por Verbeck poderiam estar por trás de um surto de E.coli que já causou 22 mortes e levou mais de 2.300 pessoas a adoecer na Europa. A fazenda foi fechada, e foi feito um recall de sua produção.

Nem Verbeck, que é vegetariano, nem qualquer outra pessoa na fazenda se dispuseram a conversar na segunda-feira com jornalistas e equipes de televisão, incluindo a Reuters, diante da fazenda em Bienenbuettel, cidade de 6.600 habitantes situada 40 quilômetros ao sul de Hamburgo.


As autoridades alemãs, sob pressão intensa para identificar a origem do surto, vêm recomendando aos consumidores há semanas que evitem consumir tomates, pepinos e alfaces e, em dado momento, disseram que a origem do problema poderia estar em pepinos importados da Espanha.

O caso provocou tensão entre Espanha e Alemanha, ambos membros da União Europeia, e levou a Rússia a proibir as importações de frutas e legumes do bloco europeu.

Produtores espanhóis disseram que as vendas perdidas estão custando 200 milhões de euros por semana, e as autoridades disseram que podem pedir indenização. A crise pode levar 70 mil pessoas a perder seus empregos na Espanha, que já tem o maior índice de desemprego da UE.

(Reportagem adicional de Stephanie Nebehay, em Genebra; de Charlie Dunmore, em Bruxelas; e de Eric Kelsey, em Berlim)

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